Com várias obras em andamento por conta do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), cuja finalidade é levar água tratada aos bairros de Porto Velho, a Companhia de Água e Esgoto de Rondônia (Caerd) enfrenta problemas com o atraso no pagamento de salário dos servidores. Segundo relatos de deputados apresentados em pronunciamento na Assembleia Legislativa, na sessão da última terça-feira, os funcionários estão com os vencimentos atrasados há três meses e sem previsão de dinheiro na conta do servidor.
Nos últimos meses, a Caerd sofreu bloqueio judicial em seu orçamento por conta de ações promovidas pelo sindicato da categoria. São indenizações altíssimas em favor de funcionários, que estão caminhando para aposentadoria. Até aí tudo bem. As decisões judiciais estão sendo cumpridas, conforme sentença proferida pela Justiça do Trabalho. Ocorre que esses pagamentos estariam gerando uma profunda mudança nas ações desenvolvidas no cotidiano pela companhia.
Algumas máquinas que funcionam na ETA de Porto Velho precisam de manutenção, mas a falta de dinheiro em caixa pode ser uma grande ameaça para esse serviço, essencial para a vida da população. A Caerd também utiliza uma quantidade elevada de produtos químicos na água captada do rio Madeira, a qual é tratada e depois segue para diversos bairros de Porto Velho. O pagamento dessas indenizações também teria afetado o cronograma da distribuidora.
Ao que parece, o problema não é culpa da atual gestão. No passado, a empresa sofreu diversas ações trabalhistas. Segundo discursos de parlamentares, o setor jurídico da empresa perdeu prazos de recursos para recorrer de decisões e a Caerd hoje amarga prejuízos financeiros. Quem pagará por tudo isso? A população, lógico. Se começar a faltar água nas residências, nas próximas semanas, a população estará avisada.
Em 2011, Rondônia foi contemplada com mais de R$ 900 milhões em obras do PAC, cujo investimento previa a ampliação de rede de distribuição na capital e interior. Naquela época, a dívida na Caerd somava mais de R$ 40 milhões. Várias obras do PAC estão em andamento na capital, mas hoje falta mão de obra qualificada para tocar projetos complexos. Não adianta agora reclamar dos prejuízos. É preciso pensar no futuro da empresa.
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