Realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com apoio institucional do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e Conselho Federal de Medicina (CFM), a Demografia Médica 2018 revela uma grande distorção na distribuição dos profissionais de medicina. O estudo revelou ainda o que boa parte dos governos estaduais já sabem: as capitais brasileiras têm quatro vezes mais médicos por habitante do que os municípios do interior brasileiro.
São Paulo é onde está localizada o maior número de profissionais por habitante, conforme mostra reportagem publicada na edição de hoje do Diário, que aponta o resultado. Em matéria jornalística distribuída à imprensa, o presidente do Cremesp, Lavínio Nilton Camarim, destaca que o número de médicos no País aumenta, a cada ano, mas ainda há extrema desigualdade na distribuição dos profissionais. Ele afirma que no interior de São Paulo, existem hospitais de referência em Campinas, Ribeirão Preto, Botucatu e outros municípios, que oferecem atendimento de qualidade e boas condições aos médicos.
O Sudeste é a região brasileira com maior densidade médica (2,81 profissionais para cada grupo de mil habitantes), contra 1,16 no Norte e 1,41 no Nordeste. Dados do levantamento demonstram que somente o estado de São Paulo concentra 28% do total de médicos no País. O Distrito Federal, por sua vez, é a unidade federativa com a média mais alta (4,35), seguido pelo Rio de Janeiro (3,55). Já o Maranhão mantém a menor densidade demográfica (0,87), seguido pelo Pará (0,97).
Porto Velho, capital de Rondônia, concentra o maior número de profissionais. 1,5 mil. A maior deficiência está no interior do Estado, que conta apenas com uma faculdade de medicina, enquanto na capital são duas faculdades privadas e uma pública. Ontem, por coincidência, o município de Ji-Paraná recebeu o credenciamento do Ministério da Educação para o curso de Medicina.
A instalação de novos cursos de medicina no interior do Brasil talvez facilite a permanência de profissionais de saúde nas pequenas cidades, mas geralmente na prática isso não acontece. Os profissionais da saúde quando se formam, procuram os grandes centros de medicina e já fazem uma nova especialização. Esse afastamento dos profissionais para os grandes centros de medicina não ocorre somente na região Norte. O Governo Federal precisa buscar uma forma urgente de incentivar a permanências desses servidores no interior.
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