21 de março de 2018

Médicos cada vez mais afastados do interior

Realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com apoio institucional do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e Conselho Federal de Medicina (CFM), a Demografia Médica 2018 revela uma grande distorção na distribuição dos profissionais de medicina. O estudo revelou ainda  o que boa parte dos governos estaduais já sabem: as capitais brasileiras têm quatro vezes mais médicos por habitante do que os municípios do interior brasileiro.
São Paulo é onde está localizada o maior número de profissionais por habitante, conforme mostra reportagem publicada na edição de hoje do Diário, que aponta o resultado. Em matéria jornalística distribuída à imprensa, o presidente do Cremesp, Lavínio Nilton Camarim, destaca que o número de médicos no País aumenta, a cada ano, mas ainda há extrema desigualdade na distribuição dos profissionais. Ele afirma que no interior de São Paulo, existem hospitais de referência em Campinas, Ribeirão Preto, Botucatu e outros municípios, que oferecem atendimento de qualidade e boas condições aos médicos.
O Sudeste é a região brasileira com maior densidade médica (2,81 profissionais para cada grupo de mil habitantes), contra 1,16 no Norte e 1,41 no Nordeste. Dados do levantamento demonstram que somente o estado de São Paulo concentra 28% do total de médicos no País. O Distrito Federal, por sua vez, é a unidade federativa com a média mais alta (4,35), seguido pelo Rio de Janeiro (3,55). Já o Maranhão mantém a menor densidade demográfica (0,87), seguido pelo Pará (0,97).
Porto Velho, capital de Rondônia, concentra o maior número de profissionais. 1,5 mil.  A maior deficiência está no interior do Estado, que conta apenas com uma faculdade de medicina,  enquanto na capital são duas faculdades privadas e uma pública. Ontem, por coincidência, o município de Ji-Paraná recebeu o credenciamento do Ministério da Educação para o curso de Medicina. 
A instalação de novos cursos de medicina no interior do Brasil talvez facilite a permanência de profissionais de saúde nas pequenas cidades, mas geralmente na prática isso não acontece. Os profissionais da saúde quando se formam, procuram os grandes centros de medicina e já fazem uma nova especialização. Esse afastamento dos profissionais para os grandes centros de medicina não ocorre somente na região Norte. O Governo Federal precisa buscar uma forma urgente de incentivar a permanências desses servidores no interior.

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