O protesto de mais de 10 horas realizado na última sexta-feira, na BR-364, sentido Guajará-Mirim e Rio Branco, foi um dos mais longos de interdição da pista. Moradores de Abunã, distrito da capital, reivindicavam a realocação dos atingidos pelo lago da UHE Jirau.
Durante o protesto, eles queimaram pneus e colocaram toras de madeira e um caminhão para impedir a passagem dos veículos. Também atearam fogo nas laterais da rodovia.
O ato foi realizado pela Associação dos Ribeirinhos, Pescadores e Moradores de Abunã (Arpa), que alega descaso e incerteza quanto a realocação dos atingidos, a manifestação em protesto aos impactos provocados pela construção da hidrelétrica de Jirau tem como meta reivindicar a falta de cumprimento das compensações que foram prometidas antes da construção da usina.
Talvez a manifestação não seja o caminho correto, mas serviu para chamar a atenção dos órgãos de fiscalização. O Ministério Público Federal e Estadual expediram, no ano passado, uma recomendação para que a Assembleia Legislativa não aprovasse aumento da elevação da cota da usina de Santo Antônio. Será um momento bom para tratar o assunto em audiência púbica.
Um documento foi enviado ao Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama-RO) informando sobre o bloqueio da rodovia federal.
O superintendente do Ibama em Rondônia, Carlos Paraguassu, explicou ao Diário na última sexta que se reuniu com os moradores antes da BR ser interditada, mas que não pode atender às reivindicações dos moradores e aguarda a resposta do Ibama de Brasília.
O comunicado expedido pela ESBR, responsável pelo empreendimento, diz que está tomando todas as providências cabíveis em ação judicial para anular em definitivo a decisão da Agência Nacional de Águas (ANA), que determina a relocação de Abunã ao qual a necessária perícia técnica, já foi aprovada em juízo, onde ratificará a correção dos resultados de seus estudos técnicos.
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