Uma das primeiras medidas anunciadas pelo novo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, foi anunciar a intenção de realizar concurso público para reforçar a segurança pública nos Estados. A ideia, de início, seria a contratação de 500 policiais, mas segundo o relatório produzido ontem pela Polícia Federal, existe um déficit de 628 delegados.
A informação, segundo matéria publicada ontem no site do jornal O Estado de São Paulo, consta de resposta do órgão a um pedido de esclarecimento feito pelo Sindicato dos Delegados da Polícia Federal do Estado de São Paulo. Os cargos vagos representam mais de um terço do total do quadro de delegados efetivos, que, atualmente, é de 1.659.
A falta desses profissionais será um problema que o novo diretor da PF, Rogério Galloro, terá de enfrentar. Em entrevista concedida na última quarta-feira (28), o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, não abordou a questão da contratação de delegados, escrivães, peritos, papiloscopistas e agentes administrativos.
Esses números representam apenas o Estado de São Paulo, o maior da federação. Ainda não há manifestação do Estado do Rio de Janeiro, mas os números, sem dúvida, estão bem defasados. Ocorre que os legisladores, segundo apurou o Diário, trabalham no sentido de modificar a lei e querem agora, atribuir outras competências para a Polícia Federal.
Acontece que a Polícia Federal se esforça para cumprir as investigações em andamento e sofre com a falta de recursos para o andamento de operações, principalmente nas fronteiras. No ano passado, o corte no orçamento da federal foi grande, mas não comprometeu os trabalhos da operação Lava Jato.
Não precisa ter conhecimento profundo de segurança pública para saber que a fronteira do Brasil é a principal rota de entrada de armas, drogas e contrabando. Todos os secretários que passaram pela Secretaria de Segurança Pública de Rondônia sempre defenderam uma maior fiscalização na fronteira de Rondônia com a Bolívia, reivindicação essa que ganhou pouca atenção dos ministérios da Justiça e Defesa.
A fiscalização rígida na fronteira só passou a ganhar tratamento especial neste ano por conta da explosão da crise na segurança pública. A Amazônia é imensa e hoje o material humano que existe disponível para realizar esse tipo de operação é insuficiente para cobrir todo o território que faz divisa com a Bolívia e Paraguai.
No início de janeiro, o Exército Brasileiro apreendeu 905 quilos de skunk, maconha com alto teor de THC, no rio Japurá. A droga foi encontrada boiando no rio após o naufrágio de um barco e os traficantes fugiram. Mais de vinte pacotes foram recolhidos e encaminhados à Polícia Federal. Esse tipo de apreensão é apenas a ponta do iceberg.
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