Pedro Teixeira Chaves é preso durante operação Feudo |
A
prática de desvio de recursos públicos parece não ter limite e os
personagem sempre são os mesmos. As denúncias de escândalos de
corrupção envolvendo o Serviço de Apoio a Micro e Pequenas
Empresas (Sebrae) prejudicam, sem sombra de dúvida, os projetos que
estão em andamento no Estado de Rondônia. A prisão do seu
superintendente, Pedro Teixeira Chaves, e o afastamento de outros
diretores, abalam a estrutura do sistema e comprometem a imagem da
entidade.
O
Sebrae, que esse ano completou 33 anos em Rondônia, tem sido
importante no auxílio do pequeno empreendedor, um dos responsáveis
por uma grande parcela de geração de emprego em Rondônia. Segundo
apurou a Controladoria Geral da União (CGU), o orçamento da
instituição é de R$ 39 milhões, dinheiro que é suficiente para
movimentar a economia do Estado. Desse montante, 20% está em
processo de investigação.
O
Sebrae é um braço do Sistema “S”, que reúne também a
Confederação Nacional da Indústria (CNI), Serviço Social da
Indústria (Sesc), Federação da Indústria do Estado de Rondônia
(Fiero) e agora a Federação do Comércio (Fecomércio). De acordo
com a legislação, as receitas
arrecadadas pelas contribuições ao Sistema S são repassadas a
entidades, na maior parte de direito privado, que devem aplicá-las
conforme previsto na respectiva lei de instituição. Ocorre que pela
investigação em poder dos órgãos de fiscalização, o dinheiro
estava sendo desviado e, ao que parece, muitos não se preocuparam em
atender as recomendações da CGU.
Em
Rondônia, o Sistema S parece enfrentar uma verdadeira tormenta. No
início do ano passado, a CNI teve que interferir na Fiero, após um
processo eleitoral marcado por diversas irregularidades.
Interventores de Brasília analisaram todos os convênios que foram
feitos na gestão dos atuais gestores. O SESC também passou por
processo de auditoria. Agora, respingou na Fecomércio.
Deflagrada
hoje em Porto Velho, a operação “Feudo” vai esclarecer o que
acontece por trás do sistema S. Com certeza, a operação prejudica
o comércio, a economia de Rondônia e fragiliza o sistema, mas é
necessária acontecer, principalmente nesse momento em que o Supremo
Tribunal Federal (STF) insiste em passar o Brasil a limpo.
Autor: Marcelo Freire
Foto: Roni Carvalho (Diário da Amazônia)
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