Governador Confúcio Moura durante reunião no AM |
A
mobilização de forças políticas e econômicas em torno do projeto
de reconstrução da BR-319 ganhou muitas adesões na última semana,
quando a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado
realizou diligência pela rodovia. Além do apoio de instituições
que participaram da diligência, na chegada a Manaus, representantes
do comércio, da indústria e da agricultura de Rondônia se reuniram
com o governo do Estado do Amazonas para solicitar apoio para uma
campanha permanente pela reconstrução da rodovia.
O
superintendente da Federação do Comércio de Rondônia
(Fecomércio-RO), Rubens Nascimento, levou o tema para reunião da
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
(CNC) com o governador do Amazonas, Omaz Aziz, e conquistou o apoio
de diversos empresários e da própria CNC para a realização da
campanha. Os empresários entendem que a reconstrução da rodovia é
estratégica para o Brasil e será de grande importância para
dinamizar a economia regional. “A reconstrução desta rodovia, a
construção da ponte do Abunã e a construção da ferrovia
transcontinental, com a conexão Porto Velho-Vilhena, são obras
fundamentais para a economia da região Norte e precisamos unir
forças para que elas sejam realizadas com urgência”, definiu
Nascimento.
Essas três obras, segundo Nascimento, vão colocar Rondônia no centro logístico da América Latina, pois o Estado, através dos modais rodoviário, hidroviário e ferroviário, terá saídas para o Pacífico, para o Caribe e Atlântico. “Teremos as rotas mais curtas e mais econômicas para o exportar a produção de alimentos das regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil, além de dinamizar o comércio com Manaus e os países andinos, nos consolidando como um dos principais elos de integração do continente”, salientou Nascimento.
Rodovia
pode ser modelo
A
mobilização pela reconstrução da BR-319 também já foi encampada
pelo Conselho Empresarial de Desenvolvimento da Amazônia Legal que
também articulará forças para cobrar a reconstrução da rodovia
pelo governo Federal. O empresário Philippe Daou, diretor-presidente
da Rede Amazônica de Rádio e Televisão, membro do Codema e
entusiasta da proposta de recuperação da rodovia, manifestou apoio
à iniciativa e disse que a Amazônia precisa dessa rodovia para que
possa se integrar de fato. “Este é o elo que falta para a
integração cultural, política, social e comercial da Amazônia”,
frisou Daou.
O
mesmo esforço para conquistar apoio à proposta de reconstrução da
rodovia será empreendido pela Federação das Indústrias do Estado
de Rondônia. O vice-presidente da instituição, Adilson Popinhak,
disse que vai levar o assunto para a próxima reunião do conselho da
Confederação Nacional da Indústria (CNI). “Hoje a BR-319 é a
pior rodovia do País, mas ela pode ser um modelo de rodovia de
integração regional, um modelo de rodovia sustentável, que servirá
como instrumento de proteção da floresta, bem como, para dinamizar
a economia regional”, frisou.
O
senador Acir Gurgacz (PDT-RO), que foi o autor do requerimento para
realização da diligência na BR-319 irá apresentar o relatório da
diligência na próxima sexta-feira, em audiência pública da
Comissão de Agricultura do Senado, em Brasília. Algumas
instituições que participaram da diligência também devem
apresentar suas impressões sobre a rodovia e a proposta de
reconstrução. “O esforço agora tem que ser concentrado para que
possamos fazer a manutenção do trecho do meião já no próximo ano
e iniciar a reconstrução completa em 2015”, disse Acir.
Entenda o impasse
A
Universidade Federal do Amazonas (Ufam) entregou em 12/02/2009, ao
Dnit, em Brasília, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) das obras.
O
coordenador dos estudos, Carlos Edwar, disse que o estudo precisou de
complementação, depois que o Ministério do Meio Ambiente exigiu
diagnóstico da fauna e flora existentes entre os quilômetros 250 e
655.
O
Ministério dos Transportes determinou prazo até 30 de abril de
2009 para a licença prévia do Ibama.
O
Ibama realizou audiências públicas para análise do EIA,
entre 22 e 28 de abril, em Humaitá, Porto Velho, Careiro e
Manaus.
Atendendo a entidades não governamentais foi realizada
nova audiência pública em Brasília, com base na Resolução do
Conama 09/87.
Ibama
apontou falhas gravíssimas no EIA/Rima da Ufam e solicitou uma
quarta versão incluindo um novo diagnóstico do meio biótico.
Em
10/03/2013, o Dnit contratou estudos complementares de impacto
ambiental para, se aprovado, iniciar as obras de manutenção e
reforma da BR 319. O Consórcio Engespro Engenharia foi contratado
por R$ 8 milhões para realizar o estudo no prazo de 1 ano, nos
períodos da seca e das chuvas.
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