O Diário foi essa semana às ruas ouvir relatos de passageiros que utilizam o serviço de transporte coletivo de Porto Velho e o resultado na enquete produzida pela reportagem da editoria de capital revela que o município está bem longe de atingir índice satisfatório à população na prestação de um serviço digno.
O atual prefeito, Mauro Nazif (PSB) que deixa o mandato no próximo dia 31, relutou com bastante persistência para não conceder o reajuste tarifário preterido pela empresa SIM por entender que o serviço oferecido à população ainda precisa melhorar.
No Terminal de Integração, as queixas são inúmeras e atingem diretamente os estudantes, aposentados e principalmente quem depende do transporte público para chegar ao trabalho dentro do horário.
O estudante Joabe Cabral, de 19 anos, reclama que além do atraso, os passageiros têm que enfrentar com frequência a marginalidade que ronda o Terminal de Integração, principalmente durante o domingo à noite quando o fluxo de passageiros é bem menor.
Aline Rodrigues, de 28 anos, que por coincidência trabalha no ramo de qualidade de serviços, aponta o atraso e a falta de informação por parte da própria empresa que presta o serviço. Segundo relatos de Rodrigues, dentro do próprio Terminal não existe um local específico para os ônibus que vêm das zonas Sul e Leste. “Ficamos correndo de um lado para outro e não sabemos em qual plataforma ele (ônibus) vai parar”, disse.
Outro problema apontado por Aline é quando o ônibus para na plataforma. “Não existe um tempo de espera para a população fazer a integração. O ônibus apenas aguarda a entrada do passageiro e rapidamente o motorista já deixa a plataforma com destino ao bairro. O correto seria ter um limite de tolerância de dez minutos. Isso não ocorre”.
O Tribunal de Contas do Estado, por meio do conselheiro Wilber Coimbra, recomendou que o município fizesse uma nova licitação para o transporte público e promovesse os ajustes necessários. O futuro prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), já sinalizou durante entrevista a Rede TV e Diário da Amazônia que pouco poderá fazer a partir do 1º, quando estará assumindo o mandato. Compete agora ao TCE fiscalizar o cumprimento das recomendações.
A cada semana, a novela do transporte coletivo acaba ganhando um capítulo novo e a população surge nesse cenário de incerteza como vilão. A população ainda acredita nos órgãos de controle e na Justiça. Ainda é possível sonhar com dias melhores na vida do trabalhador, do aposentado e do estudante. São categorias massacradas pelos desvios de recursos públicos e o caos que se instalou no Brasil em decorrência dos escândalos de corrupção.
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