28 de dezembro de 2016

Na contramão das medidas econômicas

Os bancos públicos descartaram liderar um movimento de queda dos juros no mercado interno, como prometeu a equipe econômica do presidente Michel Temer na semana passada. Pelo contrário. Eles querem recuperar a rentabilidade do sistema público frente aos bancos privados, conforme destacou ontem matéria produzida pela Agência Brasil.
Na semana passada, a equipe econômica do governo Michel Temer fez festa em um café da manhã com jornalistas de Brasília para anunciar a redução dos juros e saques no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A medida seria uma forma de aquecer a economia e reanimar a esperança de crescimento do Brasil no primeiro semestre.  
O pacote econômico de Temer foi bom enquanto durou. A declaração do presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério, foi um balde de água gelada no pacote de Temer e apagou o fogo dos investidores em 2017. Enquanto o Banco do Brasil anunciava as metas para o próximo ano, o Banco Central divulgava os números do setor público consolidado (que reúne União, Estados e empresas estatais), cujo balanço apresentou um déficit primário de R$ 39,1 bilhões em novembro.
Segundo os economistas, trata-se do maior rombo para o mês desde que o Banco Central (BC) deu início à série histórica do indicador, em dezembro de 2001. O déficit primário significa que a arrecadação foi menor do que os gastos, sem levar em conta as despesas com o pagamento dos juros da dívida. As previsões de crescimento dos Estados e municípios para 2017 também não são nada animadoras.
E acordo com matéria publicada ontem no site do jornal Valor Econômico, a  meta de déficit para o setor público consolidado para o ano é de R$ 163,942 bilhões ou 2,64% do PIB. Para o governo central, a meta é de um déficit R$ 170,5 bilhões, ou 2,75% do PIB e para os entes subnacionais a proposta é de superávit de R$ 6,554 bilhões. A proposta inicial para o ano era de um superávit de R$ 30,5 bilhões ou 0,5% do PIB, sendo do governo central.
As medidas econômicas adotadas pelo presidente Michel Temer, inclusive com o aumento do percentual de desconto da previdência do servidor público, são alternativas necessárias para equilibrar as contas. De fato o próximo ano será um ano bem complicado para a economia, mas o brasileiro precisa ser persistente com as mudanças.

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