O grupo ligado ao ex-reitor da Universidade Federal de Rondônia (Unir), José Januário Oliveira Amaral, é acusado de desviar verbas até da compra de marmitas para um projeto de pesquisa. Uma ação do Ministério Público do estado diz que Oscar Martins Silveira, amigo do ex-reitor e diretor-presidente da Fundação Rio Madeira (Riomar), criada para dar apoio à instituição, forjou a aquisição de 6,6 mil refeições, que nunca foram entregues. O prejuízo foi de R$ 54,3 mil e se soma a outras fraudes já denunciadas à Justiça.
As marmitas deveriam ser entregues a equipes de projetos de biologia nas hidrelétricas Jirau e Santo Antônio. Contudo, elas recebiam diárias para custear as refeições. Conforme a denúncia, a entrega não foi comprovada pela Riomar. A coordenadora dos trabalhos, professora Carolina Dória, confirmou em depoimento que não solicitou alimentação.
Carolina sustenta que o dinheiro para as atividades, de R$ 800 mil a R$ 900 mil, desapareceu. "Quando avisei o reitor da Unir a respeito das irregularidades, este me disse que havia falado com Oscar e que quem estava errada era eu; que eu é que seria afastada", relatou a professora.
O pacote de ações já apresentadas pelo MP descreve uma série de fraudes, praticadas a "conta-gotas", com desvios de verbas da Riomar que seriam para a troca de transformador, reforma de telhado e até o aluguel de uma caminhonete. Segundo os promotores, houve também desvio direto para os dirigentes. Silveira é acusado de solicitar suprimentos de fundos em seu nome, apropriando-se deles sem dar contrapartida e prestar contas. Nas contas do MP, ele teria levado ao menos R$174 mil dessa forma. Já Geruzza Vargas da Silva Vieira, também diretora e amiga do reitor, e Jamil Ferreira Leite, marido dela, teriam obtido, respectivamente, R$28,2 mil e R$23,4 mil.
Crescimento sem infraestrutura
O MP investiga a contratação de parentes de Amaral como funcionários-fantasmas e o envolvimento deles com empresas de fachada, usadas para desviar verbas. Um relatório preliminar da Controladoria Geral da União (CGU), que vazou durante processo de auditoria na Unir, mostra que a Riomar não comprovou o emprego de recursos de vários convênios com o MEC, tendo dinheiro a devolver ao Erário.
Nos sete campi da universidade, as instalações estão deterioradas e falta estrutura para as aulas. Desde 14 de setembro, professores e estudantes entraram em greve por causa das condições da universidade. Segundo eles, Amaral descumpriu acordo com o Ministério Público em 2008, no qual se comprometia a melhorar as instalações.
- Tínhamos seis mil alunos em 2008 e, hoje, são 11 mil. A instituição cresceu, mas a estrutura não acompanhou - constata o professor do Departamento de Ciências Sociais Adilson Siqueira.
O movimento ganhou força com a divulgação das suspeitas de corrupção. A ocupação da reitoria pelos alunos, em 5 de outubro, tem como uma de suas justificativas "guardar" documentos que possam servir de prova dos desvios.
Conforme os grevistas, faltam água potável nos bebedouros e papel higiênico nos banheiros. Um laudo do Corpo de Bombeiros condena as instalações do principal campus, em Porto Velho.
- O curso de Engenharia Elétrica precisa de 17 laboratórios, mas só tem um. O departamento suspendeu o vestibular por causa da falta de condições - conta Siqueira.
Segundo ele, não há salas de aula suficientes para os 11 mil estudantes, e as obras de expansão estão paralisadas.
As marmitas deveriam ser entregues a equipes de projetos de biologia nas hidrelétricas Jirau e Santo Antônio. Contudo, elas recebiam diárias para custear as refeições. Conforme a denúncia, a entrega não foi comprovada pela Riomar. A coordenadora dos trabalhos, professora Carolina Dória, confirmou em depoimento que não solicitou alimentação.
Carolina sustenta que o dinheiro para as atividades, de R$ 800 mil a R$ 900 mil, desapareceu. "Quando avisei o reitor da Unir a respeito das irregularidades, este me disse que havia falado com Oscar e que quem estava errada era eu; que eu é que seria afastada", relatou a professora.
O pacote de ações já apresentadas pelo MP descreve uma série de fraudes, praticadas a "conta-gotas", com desvios de verbas da Riomar que seriam para a troca de transformador, reforma de telhado e até o aluguel de uma caminhonete. Segundo os promotores, houve também desvio direto para os dirigentes. Silveira é acusado de solicitar suprimentos de fundos em seu nome, apropriando-se deles sem dar contrapartida e prestar contas. Nas contas do MP, ele teria levado ao menos R$174 mil dessa forma. Já Geruzza Vargas da Silva Vieira, também diretora e amiga do reitor, e Jamil Ferreira Leite, marido dela, teriam obtido, respectivamente, R$28,2 mil e R$23,4 mil.
Crescimento sem infraestrutura
O MP investiga a contratação de parentes de Amaral como funcionários-fantasmas e o envolvimento deles com empresas de fachada, usadas para desviar verbas. Um relatório preliminar da Controladoria Geral da União (CGU), que vazou durante processo de auditoria na Unir, mostra que a Riomar não comprovou o emprego de recursos de vários convênios com o MEC, tendo dinheiro a devolver ao Erário.
Nos sete campi da universidade, as instalações estão deterioradas e falta estrutura para as aulas. Desde 14 de setembro, professores e estudantes entraram em greve por causa das condições da universidade. Segundo eles, Amaral descumpriu acordo com o Ministério Público em 2008, no qual se comprometia a melhorar as instalações.
- Tínhamos seis mil alunos em 2008 e, hoje, são 11 mil. A instituição cresceu, mas a estrutura não acompanhou - constata o professor do Departamento de Ciências Sociais Adilson Siqueira.
O movimento ganhou força com a divulgação das suspeitas de corrupção. A ocupação da reitoria pelos alunos, em 5 de outubro, tem como uma de suas justificativas "guardar" documentos que possam servir de prova dos desvios.
Conforme os grevistas, faltam água potável nos bebedouros e papel higiênico nos banheiros. Um laudo do Corpo de Bombeiros condena as instalações do principal campus, em Porto Velho.
- O curso de Engenharia Elétrica precisa de 17 laboratórios, mas só tem um. O departamento suspendeu o vestibular por causa da falta de condições - conta Siqueira.
Segundo ele, não há salas de aula suficientes para os 11 mil estudantes, e as obras de expansão estão paralisadas.
Com informações do MP e O Globo
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