Diário
– Por que entrar na política, já que o ramo empresário tem bom retorno e menos
dor de cabeça?
Mário Português – Por conta do desmando e
falta de respeito com o cidadão. Falei com minha família, que reprovou a
iniciativa de imediato, mas depois concordou pela seriedade na condução do
trabalho em minha empresa.
Diário
- Nos bastidores, você seria vice de Miguel?
Mário – Me filei ao PPS em 2005. Entendia
pouca coisa de política. Conversei com o Miguel (Miguel de Souza, pré-candidato
do PR) para ser candidato a vice-prefeito na chapa. Falei com o João Cahulla,
presidente do PPS, que não concordou e me ofereceu o cargo de prefeito pelo
partido. Aceitei na mesma hora.
Diário
- Existe uma frente popular formada por cinco partidos. Algum migrou para O
PPS?
Mário – Não tem nada definido. Tive ontem uma
conversa com o presidente regional do PTN, deputado estadual José Lebrão, e o
presidente do Municipal, Mauro Brisa. Eles toparam fazer parte do nosso projeto
político. Faço aqui um convite a todos os partidos que desejam somar conosco.
Diário
– Quem será seu vice?
Mário – Precisamos de apoio para governar
Porto Velho. O partido que não estiver coligado com outras legendas políticas,
ainda tem espaço e será bem vindo.
Diário
- Sendo eleito prefeito de Porto Velho, o que seria prioridade hoje?
Mário – Estamos desenvolvendo o nosso plano de
governo. Tem muito serviço a ser executado. Não adianta a prefeitura varrer a
rua com um buraco na frente da residência do morador. Vamos dar um choque de gestão na cidade.
Diário
– Partindo para setor de saúde, qual a prioridade?
Mário – Se eleito, a prioridade será a
construção do hospital municipal. Porto Velho é a única cidade do Brasil que
não tem um hospital municipal. O nosso plano de governo está incluso a
construção do centro administrativo e parque de exposição. Vamos chegar ao governo
e dizer o que posso fazer ou não. Pretendo desafogar o João Paulo (hospital).
Muitos procuram a unidade de saúde por problemas que podem ser resolvidos nos
postos de saúde. Minha revolta aqui é que quando procuramos um médico, parece
que ele está fazendo um favor.
Diário
- Como será o desafio de administrar a Capital com a arrecadação em queda?
Mário – Os empresários estão preocupados com o
pós-usina. Recentemente participei de uma reunião onde o problema foi
apresentado. Como empresário, defendo a saída para o Pacífico, passando por
Porto Velho, construção da ponte para Manaus e alternativas que permitam escoar
a produção agrícola. O próprio dinheiro da compensação das usinas do rio
Madeira pode ser utilizado e gerar empregos.
Diário
– Rondônia concentra parte de sua economia na produção de carne e pescado. Como
vê a chegada da soja em Porto Velho?
Mario - Rondônia começa a crescer na produção
de soja. O preço do alimento em Porto Velho e maior em relação ao interior,
sendo que o custo de produção é o mesmo. Ocorre que na Capital não existe
secador para armazenar o produto. É uma área que precisa ser explorada e que
vai contribuir na geração de emprego.
Diário – O atual prefeito fez mais de 800
quilômetros de asfalto ao longo dos últimos oito anos. O que você pensa no
futuro?
Mário – Porto Velho precisa ser urbanizada e
menos asfalto. Falta planejamento na execução de obras. Hoje existe o asfalto,
mas não tem a calçada. Gosto de fazer as coisas pensando no futuro.
Mário
– Como encarar o problema do esgoto sanitário, que não existe na Capital?
Mário – Porto Velho não tem esgotamento
sanitário por conta de um vereador que foi denunciar no Tribunal de Contas da
União que existia irregularidade na contratação. Mas não vou entrar nessa
questão. Existem recursos para esse tipo de investimento, basta buscar dinheiro
a fundo perdido. Mas para isso, o município precisa de uma pessoa que tenha
credibilidade. Na nossa gestão, vamos priorizar esse setor.
Diário
– Tradicionalmente, governador e prefeito não dançam a mesma música. Como será
a gestão Mário Português com Confúcio Moura?
Mário - Na sexta-feira passada liguei para o
senador Valdir Raupp. Disse que sou pré-candidato de Porto Velho e não de
partido A ou B. Essa semana estarei conversando com o governador Confúcio Moura
e vou dizer que administrarei Porto Velho assim como administro minhas
empresas, com respeito, seriedade e zelo pelo patrimônio. Qual o empresário que
não tem problemas? É claro que os problemas sempre surgirão. É possível ser
sério quando tem desejo de fazer algo em benefício da cidade.
Diário
– Pelo número de candidatos hoje, a eleição deve caminhar para segundo turno.
Qual sua avaliação?
Mario – Penso em ganhar a eleição no primeiro
turno. Sou sempre otimista. Vou passar esse otimismo à população. Tenho fé que
consigo transmitir à população o que desejo fazer pela cidade. Essa vontade política está
recebendo novos adeptos. Muitos estão ligando querendo oferecer recursos para
minha campanha. E quando isso acontecer, vou mostrar à sociedade tudo o que
será doado. Minha campanha será transparente, assim como é minha atividade na
empresa. Todo o meu patrimônio está no meu nome. Pretendo apresentar aos órgãos
públicos o meu patrimônio, incluído gado, fazenda e bezerro.
Diário
– E as conversas sobre a nominata de pré-candidatos à Câmara?
Mário - Vamos eleger o maior número de
vereadores. Por outro lado, serie firme no meu propósito. Os vereadores vão
ajudar minha administração. Não pagarei um centavo para vereador aprovar projeto em benefício do
município. Também acredito que jamais um vereador irá pensar em votar contra o
interesse da comunidade.
Diário
– O Tribunal de Contas apontou falhas em algumas obras do município e Estado. Como
conduzir eventuais obras paradas?
Mario – A prefeitura precisa de pessoas
especializadas e evitar esse tipo de problema. Sabemos das exigências. Para se
ter um exemplo, moradores do meu bairro fizeram parceria com a prefeitura e
conseguimos pavimentar as ruas do bairro. O asfalto já dura mais de dez anos e
continua o mesmo.
Diário
– A obra da rodoviária foi embargada pelo TCE? Como proceder?
Mario – É preciso avaliar essa questão. Acho
que ali não é local adequado para construir uma rodoviária. Tem que fazer um
novo planejamento.
Diário
– Você se considera um brasileiro, apesar de ter nascido em Portugal?
Mário - Sou brasileiro por opção. Estou em
Porto Velho há 16 anos. Não tenho propriedades em Portugal. Conheci a capital
de Rondônia quando existiam 75 mil habitantes. Vim de família pobre. Cheguei ao
Brasil em 1973. Fui trabalhar com meu tio em Maringá, no Paraná. Deixei o
serviço e fui atuar de vendedor e depois trabalhei em um atacadão. Após me
casar, abri uma mercearia e decidi conhecer Rondônia. Montei um restaurante em
Cacoal e comecei a trabalhar no ramo de atacado.
Carlos Sperança
cseperanca@uol.com.br
Marcelo Freire
mfreire@diariodaamazonia.com.brFonte: Diário da Amazônia.
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