O jornalista e apresentador de televisão, Dalton de Franco, de 52 anos, disse que está preparado para encarar um novo desafio fora das telas. Ele quer ser prefeito de Porto Velho e terá seu nome homologado na convenção do PDT do próximo dia 30. Na reta final do período reservado às convenções partidárias, o pedetista intensifica conversas políticas para fechar alianças. “Estamos em conversa com vários partidos, mas não tem nada fechado”, disse.
Dalton é apresentador dos programas “Plantão de Polícia” e a “A Hora do Rush”, na Rede TV. Ele nasceu no Seringal Recreio, região de Ariquemes, que na época pertencia a Porto Velho. O jornalista é casado, tem cinco filhos, sendo três biológicos e dois adotivos.
Residindo na Capital há 42 anos, além de jornalista, Dalton é graduado em administração e bacharel em direito. Diz estar preparado para assumir o grande desafio e fala das prioridades.
Diário – Nos anos 90 você viveu grande momento político e teve a oportunidade de disputar a prefeitura de Porto Velho. O que aconteceu?
Dalton – Simplesmente por decisão de forças estranhas. Eu fazia parte da base de apoio do ex-prefeito Chiquilito Erse. O meu nome e de outro candidato estavam na disputa. Por questões partidárias, optaram em lançar outra candidatura e meu projeto acabou ficando para outra oportunidade. Esse momento chegou.
Diário – Por que ser prefeito?
Dalton – Estou mais maduro e melhor preparado para conduzir o destino da nossa população. Sei das dificuldades que hoje o município enfrenta. É o momento de dar minha parcela de contribuição para melhorar a vida da sociedade.
Diário - As carências do município?
Dalton - Falta planejamento. Hoje a questão crucial da nossa cidade é o trânsito. Não temos vias de escoamento que permitam o trânsito fluir de forma rápida, o que aumenta o número de congestionamento de veículos na cidade. O papel da União, Estado, Prefeitura na área da saúde se confunde. Situação semelhante enfrenta a educação. Não temos creches suficientes para atender as crianças e por conta disso, as mulheres não tem como trabalhar porque não tem com quem deixar as crianças.
Diário – O que você pensa no pós-usinas?
Dalton - O próximo prefeito de Porto Velho tem que ser empreendedor, trazer indústrias, fábricas e valorizar a matéria prima que é enviada para fora do país. Hoje temos uma floresta muita rica e sua riqueza está saindo do Estado.
Diário – Com relação aos distritos, como você vê o processo de emancipação?
Dalton – Defendo que a Ponta do Abunã seja emancipada. A Prefeitura não consegue atender de maneira rápida a demanda dos distritos em função da distância. Os gestores dos distritos precisam de autonomia para gerenciar recursos para pequenas obras. A emancipação é alternativa e garantirá vida própria à população.
Diário – Com relação às alianças?
Dalton – Estamos discutindo com vários partidos políticos, mas não tem nada fechado até o momento. Esse período agora requer muito diálogo. Temos uma nominata forte de pré-candidatos a vereador e precisa eleger representantes do PDT na Capital.
Diário – Existe a possibilidade de você ser vice do PT?
Dalton – O PDT tem importância no processo político da Capital. Nosso nome ganhou força nas ruas. As pessoas conhecem nosso trabalho. Foi por isso que o partido optou em candidatura própria e, ao mesmo tempo, fortalecer a nossa nominata de pré-candidatos a vereador.
Diário – Como você vê Porto Velho nos próximos anos?
Dalton – Imagino Porto Velho uma cidade muito melhor. Trânsito fluindo bem, a saúde funcionando, empregos sendo gerados e as pessoas se preparando para o futuro. Quero dar minha contribuição para isso acontecer.
Diário – Se eleito, nos primeiros meses, você vai enfrentar uma arrecadação menor?
Dalton – Será um momento crítico, mas temos que implantar um choque de gestão. Preparar projetos. Para isso teremos o apoio da bancada federal, do senador Acir Gurgacz, deputado federal Marcos Rogério e demais parlamentares. Vamos aumentar o diálogo com a bancada federal e definir as prioridades em 2013.
Diário – Como será a relação com o governador Confúcio Moura?
Dalton – Temos uma boa relação com o governo. Porto Velho é uma cidade importante para Rondônia e necessita do apoio do governo do Estado. Muitos candidatos do interior, em época de eleição, garantem boa parte dos votos na Capital e depois viram as costas pra Capital. Vejo que eles (deputados) devem retribuir os votos que garantiram sua vitória em Porto Velho. O governador Confúcio Moura enfrenta problemas para administrar Rondônia. O Estado cresceu, os países ricos estão em crise e tudo isso reflete em Rondônia. Mas tudo é passageiro. Dias melhores virão e confio no governo.
Diário – Como espera resolver as obras inacabadas?
Dalton – Vamos concluir as obras que não forem entregues pelo prefeito dentro do prazo. É preciso ter muito zelo com o dinheiro do contribuinte. Porto Velho cresceu de forma descontrolada e os problemas aumentaram. Não será missão fácil, mas estamos preparados.
Diário – E a nova rodoviária e centro administrativo?
Dalton – A nova rodoviária deveria ser construída na zona Leste. Ajudaria a reduzir o fluxo de veículos na região central da cidade e, por outro lado, beneficiaria a mobilidade urbana. Na zona Leste existe uma área suficiente para atender a demanda do município. O espaço também é suficiente para construir o novo centro administrativo. Atualmente as secretarias mudam de forma constante e isso acaba prejudicando a população. Se concentrar todas as secretarias e um único local, ajudar a vida dos moradores que vão em um único local resolver seus problemas.
Diário – O PDT já elegeu bons prefeitos e você é herdeiro político do Chiquilito. Como se inspirar na gestão?
Dalton - Chiquilito era um prefeito trabalhador, de vontade política e tinha amor pela terra. Seu trabalho rendeu na época o prêmio de melhor prefeito do Brasil, segundo apontou pesquisa do Datafolha. Fez muito pela cidade. Nós temos essa mesma dinâmica e vontade de trabalhar.
Diário – Como tratar da questão do funcionalismo público?
Dalton – O servidor público é importante para o município de Porto Velho. Temos que tratar bem o servidor e melhorar também as condições de trabalho e salários. O setor de arrecadação do município, por exemplo, tem de oferecer tratamento especial para o cidadão que vai pagar seus tributos. É preciso capacitar, melhorar salários e contratar mais técnicos, quadro que está com deficiência hoje e que acaba engessando o andamento de obras.
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