Natural de
Cubati (PR), Miguel, 58 anos, 3 filhos, reside em Porto Velho há 32 anos. “Recém-formado
em engenharia civil, deixei o Estado da Paraiba e viajei até Manaus. A convite
de um amigo, cheguei em Rondônia atraído pelo novo eldorado”, disse. Em Porto
Velho criou o Sinduscon e ajudou a estruturar a Federação da Indústria e
Comércio (Fiero).
Na eleição
de 94, ele disputou o cargo de deputado federal, mas não foi eleito. Ocupou a
presidência da Fiero, foi vice-governador e secretário da Indústria e Comércio (hoje
Sedes), deputado federal e por último assumiu diretoria do DNIT em Brasília.
“Estou preparado para administrar Porto Velho”, disse.
Diário - Como viu as demissões de
milhares de servidores na época do ex-governador José Bianco?
Miguel de
Souza – O governo Raupp assinou vários acordos de ajustes fiscais, que
comprometeram a folha de pagamento do Estado. O governo Bianco ainda relutou
durante um ano para não demitir. Por outro lado, estava começando a vigorar a
Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabelece limite de gastos com
servidores, e o Governo Federal chegou a ameaçar o repasse do Fundo de
Participação dos Estados (FPE). Não teve outra alternativa. Teve que demitir.
Diário – Na época das demissões, existiam
pessoas morando no exterior que não trabalhavam?
Miguel – Não
foram demitidos 10 mil servidores como chegou a ser noticiado. No meio dos
injustiçados, existiam servidores com contratos temporários e outros que
moravam no exterior e não trabalhavam. Tanto é verdade que quando o
ex-governador Ivo Cassol fez a reintegração desses servidores, foram
recontratados 3 mil funcionários.
Diário – Como nasceu a decisão de
disputar a prefeitura?
Miguel - Como secretário de Indústria e Comércio, criamos vários projetos de incentivos fiscais
para Rondônia. Disputei novamente a eleição de 2010 para o cargo de vice-governador e não conseguir
ser eleito. Não saímos vitoriosos, mas começamos estudar a questão Porto Velho.
O momento é agora. É hora de dar minha
contribuição para Porto Velho. Estou há mais de um ano levantando os problemas.
Não vejo um nome mais preparado para começar administrar o município.
Diário - Por que rompeu o acordo com o frentão PSD, PSDB
e PV?
Miguel – Era
para definir um candidato a prefeito desse grupo com o apoio dos demais.
Percebi que as coisas estavam caminhando fora do combinado e vi que não teria
como apresentar propostas dentro do grupo. O PR tem dois minutos de tempo na
televisão e tem propostas para apresentar.
Diário – Como estão as alianças?
Miguel –
Estamos ainda em conversas com outros partidos. Nossa convenção acontece na
próxima sexta-feira. Até lá, muito coisa pode acontecer. Estamos em conversa
com o DEM, que tem um bom tempo de televisão, o será suficiente para apresentar
nossas propostas. Tenho o melhor plano de governo.
Diário – Se eleito, quais as
prioridades?
Miguel - Em
primeiro lugar, a saúde e saneamento básico são prioridades. Fazendo
saneamento, estaremos cuidando da saúde preventiva. Hoje 40% da população vai
até o hospital por motivos de doenças provenientes de saneamento básico. A
coleta de lixo e aterro sanitário são responsáveis por outra parte. Trabalhando
de forma correta nessas prioridades, consigo tirar 40% por cento dos problemas
no setor de saúde. Outra prioridade é resolver o problema do trânsito, sinalização,
inversão de mão, rotatória, sinais adequados e planejar o município a média e
longo prazo. Grandes avenidas devem ser criadas, mas para isso, é preciso
planejamento e mais de 4 anos para executar. Esse processo é demorado.
Diário – E o transporte coletivo?
Miguel – É
preciso criar novas linhas e trazer novas empresas. Temos hoje um monopólio e linhas
de ônibus que não atendem a demanda da população. É necessário o terminal de
integração e construir abrigos. A 7 de Setembro está bonita, mas precisa ser
ampliada para atender a demanda nos bairros. Na hora que existir em Porto Velho
transporte coletivo de qualidade, o cidadão deixará o carro em casa e passará a
andar de ônibus. Com isso, reduz o número de veículos e os acidentes. Hoje 60%
dos acidentes acontecem em função do trânsito e superlotam o hospital João
Paulo II.
Diário – A rede de esgoto?
Miguel – É
um trabalho grande, mas quem é do ramo é fácil de resolver. O número de bairros
aumentou. Quem é o gestor da água no município? Compete a prefeitura fiscalizar
a execução dos trabalhos. Hoje a Caerd abre um buraco e demora fechar. A culpa
é das empresas e a fiscalização compete ao município.
Diário – Que inovações você pretende
trazer para Porto Velho?
Miguel – Estivemos
visitando vários estados em busca de novas experiências. Em Curitiba, por
exemplo, o transporte coletivo serve de modelo e pretendo colocar em prática na
cidade. A segurança eletrônica poderá substituir a guarda municipal. O serviço
de segurança compete a PM. A
fiscalização eletrônica tem contribuído para reduzir o número de crimes em
vários estados. O monitoramento nas escolas é outra alternativa.
Diário – Que será o seu adversário?
Miguel –
Adversário não se escolhe. Não sabemos quem vai desistir. Muitos candidatos
bebem água na mesma fonte. As propostas de governo vão fazer a grande
diferença. O eleitor hoje, principalmente de Porto Velho, está preocupado com o
pós-usinas. Ele (eleitor) vai avaliar a melhor proposta.
Diário – O prefeito diz que asfaltou
800 quilômetros de ruas. O senhor vai dar sequência?
Miguel – Em 2010
existiam 1200 km de ruas em Porto Velho. Ele (prefeito Roberto Sobrinho) diz
que fez 400 km, mas se esqueceu que 100 km de vias foram recapeadas como, por
exemplo, as avenidas Calama, Jorge Teixeira, Carlos Gomes e Abunã. Estão (secretários)
incluído recapeamento como se fosse asfalto. Alguém não fala correto ou tá falando errado.
Faltam mais 600 km de vias para pavimentar. Novos bairros surgiram e os
problemas também. A capacidade de média
da prefeitura é pavimentar 50 km por ano, mas posso buscar emenda e parceria
com o Estado, financiamento para acelerar o processo de pavimentação das vias.
Diário – Como prevê essa campanha,
dentro das denúncias, pesquisas?
Miguel - As
pesquisa não me preocupam porque não tratam hoje do cenário atual. O eleitor
ainda está muito distante do processo eleitoral ainda. Muitos não sabem que são
candidatos. Não existem favoritos para a disputa. Estão todos no mesmo nível.
Diário – Tem obras importantes para
2013
Miguel – O
primeiro passo é atualizar o plano diretor. Esse foi discutido mas não atualizado.
É preciso estabelecer as prioridades para aumentar a arrecadação e o controle
do município. Saber a capacidade de recurso para planejar. O segundo ponto é
centralizar e agilizar os serviços da prefeitura. Hoje o cidadão perde muito
tempo procurado secretarias para resolver problemas da ordem financeira e
administrativa.
Diário – E a questão do lixo?
Miguel – Não
existe hoje coleta seletiva de lixo. Não existe limpeza urbana e falta coleta adequada.
Na verdade, falta gestão. Existe um contrato que está sendo descumprido.
Fonte; Diário da AmazôniaAutores: Marcelo Freire/Carlos Sperança
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