21 de junho de 2012




Porto Velho - Na reta final do período reservado para convenções partidárias, a pré-candidata do PT à Prefeitura de Porto Velho, Fátima Cleide, decidiu correr contra o tempo e intensifica os acordos políticos na busca seu candidato a vice-prefeito nas eleições de outubro. “Estamos em conversas com vários partidos políticos, mas nada fechado. Tudo será consolidado no último dia de prazo”, admite a ex-senadora.

Natural de Porto Velho, Fátima Cleide, de 49 anos, é casada, tem três filhos e diz conhecer de forma profunda as principais necessidades da população. Ela teve seu nome homologado em uma eleição interna realizada pelo PT, na qual conseguiu derrotar candidatos que receberam apoio do atual prefeito Roberto Sobrinho (PT). “Tudo isso passou. O momento agora é de pré-campanha e estamos unidos”, garante. Em entrevista ao Diário, ela fala das metas para as próximas semanas.

Diário - Qual motivo de entrar na disputa da prefeitura de Porto Velho?

Fátima - Executar políticas públicas para melhora a vida do povo. O governo do PT, ao longo dos últimos oito anos, fez muito na área social, mas tem muito ainda por fazer ainda. Não podemos parar e sim avançar. Após a morte do ex-deputado federal Eduardo Valverde que a questão da prefeitura ficou em evidência. O Eduardo, pelo acordo, seria o candidato nessas eleições. Com o seu falecimento, o cenário mudou completamente e apareceram vários candidatos. Disputamos duas prévias e meu nome foi indicado. O PT governou oito anos a cidade de Porto Velho e apresentou resultado positivo para a cidade.

Diário - Se fosse eleita hoje quais as prioridades?

Fátima - Geração de emprego e mobilidade urbana. Hoje o trânsito de Porto Velho se transformou em um verdadeiro caos e o congestionamento invade as ruas. É inviável o cidadão levar  30 minutos para se locomover da Zona Leste até a Avenida 7 de Setembro, no centro.

Diário – Como está o andamento do plano de governo?

Fátima – Estamos em processo de discussão com a população. As ideias vão surgindo durante nossas andanças e muitas propostas surgem no nível técnico, de pessoas que conhecem os problemas e soluções. Recentemente tivemos uma plenária com o PT na Zona Sul e a participação da população foi importante. Vamos ampliar essas discussões na Zona Leste, Norte e chegar aos distritos. Estamos correndo contra o tempo.

Diário – Como estão as alianças do PT com os demais partidos?

Fátima - Ninguém fechou nada. As alianças estão abertas. Estou conversando com o PMDB, PDT, PMN e PR. Claro que desejo repetir a aliança que foi construída em 2008, o que resultou na vitória de Roberto Sobrinho. No entanto, as conversas com o PDT e outros partidos estão bem avançadas.

Diário – E as conversas com PSB?

Fátima - A política é dinâmica e admite flexibilidade. O PSB é importante para o governo da Dilma e para o PT. Ele faz parte do arco de aliança no governo federal. Mas em Porto Velho o PSB tem mantido resistência. Basta ele (Mauro Nazif) querer que estamos de braços abertos para aliança.

Diário - Na pré-convenção do PT no último sábado, o prefeito Roberto Sobrinho não compareceu? Existência alguma divergência?

Fátima - O prefeito estava ruim de saúde e mandou avisar que não poderia comparecer. Mas telefonou ao Cláudio Carvalho (vereador) desejando sucesso na campanha e aos convencionais.

Diário - As conversas com o atual prefeito?

Fátima – O prefeito tem contribuído com informações importantes para produção do plano de governo.

Diário – A senhora acredita em uma polarização?

Fátima – São várias candidaturas apresentadas no momento. É certeza da eleição ser decidida no segundo turno.

Diário – E a transposição?

Fátima – O que estava dentro na nossa responsabilidade fizemos no Senado Federal. Conseguimos aprovar uma PEC da Transposição ao longo de 6 anos. Isso é inédito para o Brasil. Acompanhamos outros enquadramentos e a batalha sempre foi grande. Sou uma pessoa pé no chão. O direito é garantindo constitucionalmente aos servidores. O Governo Federal tem a obrigação de enquadrar.

Diário - Os adversários dizem que a senhora não tem perfil para ser Executiva. Foi assim no Senado?

Fátima – Quando eu estava no Senado diziam que não tinha esse perfil. Agora dizem que não tenho perfil para ser prefeita. Vim da luta sindical e conheço os problemas da administração.

Diário - Como conduzir a  vocação econômica para Porto Velho?

Fátima - Não existe planejamento para quem administra uma cidade que vai fazer 100 anos em 2014, e que está se organizando. Mas a prefeitura tem um papel importante. Temos uma potência mineral e agricultura em franco crescimento. Se tiver um direcionamento de políticas públicas para beneficiar a maioria da população, com certeza vamos melhorar a condição de vida das famílias e gerar vários empregos. Temos uma produção do leite riquíssima e necessitamos sair da economia do contracheque. A questão do turismo é outro fator que precisa ser explorado e organizado.

Diário – E a emancipação dos distritos? Como a senhora vê?

Fátima - Porto Velho é uma região grande e maior que alguns estados. O prefeito Roberto Sobrinho fez muito em muitos lugares, mas a região é grande. O distrito de Jacy-Paraná, devido crescimento populacional em decorrência da construção da usina de Jirau, merece ser emancipado. A Ponta do Abunã é outra região grande e importante e que deve ser emancipada

Diário – Qual avaliação que a senhora faz da Operação Termópilas, deflagrada pela Polícia Federal no ano passado?

Fátima – Chegamos a denunciar no passado que em Rondônia existia o crime organizado e que estava instalado dentro das instituições públicas. Recebemos ameaças de morte e cobramos providências do Ministério da Justiça. Essas cobranças resultaram em várias operações, que culminaram com prisões.

Diário – E o governo Confúcio Moura?

Fátima – Vejo que o governo está tomando decisões importantes que vão modificar a estrutura da saúde no Estado. Temos um Estado quebrado e que agora está se estruturando. O governo está fazendo sua parte, o que não foi feito no passado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário