Porto Velho - Na reta
final do período reservado para convenções partidárias, a pré-candidata do PT à
Prefeitura de Porto Velho, Fátima Cleide, decidiu correr contra o tempo e intensifica
os acordos políticos na busca seu candidato a vice-prefeito nas eleições de
outubro. “Estamos em conversas com vários partidos políticos, mas nada fechado.
Tudo será consolidado no último dia de prazo”, admite a ex-senadora.
Natural de
Porto Velho, Fátima Cleide, de 49 anos, é casada, tem três filhos e diz
conhecer de forma profunda as principais necessidades da população. Ela teve
seu nome homologado em uma eleição interna realizada pelo PT, na qual conseguiu
derrotar candidatos que receberam apoio do atual prefeito Roberto Sobrinho
(PT). “Tudo isso passou. O momento agora é de pré-campanha e estamos unidos”,
garante. Em entrevista ao Diário, ela fala das metas para as
próximas semanas.
Diário - Qual motivo de entrar na
disputa da prefeitura de Porto Velho?
Fátima -
Executar políticas públicas para melhora a vida do povo. O governo do PT, ao
longo dos últimos oito anos, fez muito na área social, mas tem muito ainda por
fazer ainda. Não podemos parar e sim avançar. Após a morte do ex-deputado
federal Eduardo Valverde que a questão da prefeitura ficou em evidência. O
Eduardo, pelo acordo, seria o candidato nessas eleições. Com o seu falecimento,
o cenário mudou completamente e apareceram vários candidatos. Disputamos duas
prévias e meu nome foi indicado. O PT governou oito anos a cidade de Porto
Velho e apresentou resultado positivo para a cidade.
Diário - Se fosse eleita hoje quais as
prioridades?
Fátima - Geração
de emprego e mobilidade urbana. Hoje o trânsito de Porto Velho se transformou em
um verdadeiro caos e o congestionamento invade as ruas. É inviável o cidadão levar
30 minutos para se locomover da Zona
Leste até a Avenida 7 de Setembro, no centro.
Diário – Como está o andamento do plano
de governo?
Fátima – Estamos
em processo de discussão com a população. As ideias vão surgindo durante nossas
andanças e muitas propostas surgem no nível técnico, de pessoas que conhecem os
problemas e soluções. Recentemente tivemos uma plenária com o PT na Zona Sul e
a participação da população foi importante. Vamos ampliar essas discussões na
Zona Leste, Norte e chegar aos distritos. Estamos correndo contra o tempo.
Diário – Como estão as alianças do PT
com os demais partidos?
Fátima - Ninguém
fechou nada. As alianças estão abertas. Estou conversando com o PMDB, PDT, PMN
e PR. Claro que desejo repetir a aliança que foi construída em 2008, o que resultou
na vitória de Roberto Sobrinho. No entanto, as conversas com o PDT e outros
partidos estão bem avançadas.
Diário – E as conversas com PSB?
Fátima - A
política é dinâmica e admite flexibilidade. O PSB é importante para o governo
da Dilma e para o PT. Ele faz parte do arco de aliança no governo federal. Mas
em Porto Velho o PSB tem mantido resistência. Basta ele (Mauro Nazif) querer
que estamos de braços abertos para aliança.
Diário - Na pré-convenção do PT no
último sábado, o prefeito Roberto Sobrinho não compareceu? Existência alguma
divergência?
Fátima - O
prefeito estava ruim de saúde e mandou avisar que não poderia comparecer. Mas
telefonou ao Cláudio Carvalho (vereador) desejando sucesso na campanha e aos
convencionais.
Diário - As conversas com o atual
prefeito?
Fátima – O
prefeito tem contribuído com informações importantes para produção do plano de
governo.
Diário – A senhora acredita em uma
polarização?
Fátima – São
várias candidaturas apresentadas no momento. É certeza da eleição ser decidida
no segundo turno.
Diário – E a transposição?
Fátima – O
que estava dentro na nossa responsabilidade fizemos no Senado Federal. Conseguimos
aprovar uma PEC da Transposição ao longo de 6 anos. Isso é inédito para o
Brasil. Acompanhamos outros enquadramentos e a batalha sempre foi grande. Sou uma
pessoa pé no chão. O direito é garantindo constitucionalmente aos servidores. O
Governo Federal tem a obrigação de enquadrar.
Diário - Os adversários dizem que a
senhora não tem perfil para ser Executiva. Foi assim no Senado?
Fátima –
Quando eu estava no Senado diziam que não tinha esse perfil. Agora dizem que
não tenho perfil para ser prefeita. Vim da luta sindical e conheço os problemas
da administração.
Diário - Como conduzir a vocação econômica para Porto Velho?
Fátima - Não
existe planejamento para quem administra uma cidade que vai fazer 100 anos em
2014, e que está se organizando. Mas a prefeitura tem um papel importante.
Temos uma potência mineral e agricultura em franco crescimento. Se tiver um
direcionamento de políticas públicas para beneficiar a maioria da população,
com certeza vamos melhorar a condição de vida das famílias e gerar vários
empregos. Temos uma produção do leite riquíssima e necessitamos sair da
economia do contracheque. A questão do turismo é outro fator que precisa ser
explorado e organizado.
Diário – E a emancipação dos
distritos? Como a senhora vê?
Fátima - Porto
Velho é uma região grande e maior que alguns estados. O prefeito Roberto
Sobrinho fez muito em muitos lugares, mas a região é grande. O distrito de
Jacy-Paraná, devido crescimento populacional em decorrência da construção da
usina de Jirau, merece ser emancipado. A Ponta do Abunã é outra região grande e
importante e que deve ser emancipada
Diário – Qual avaliação que a senhora
faz da Operação Termópilas, deflagrada pela Polícia Federal no ano passado?
Fátima –
Chegamos a denunciar no passado que em Rondônia existia o crime organizado e
que estava instalado dentro das instituições públicas. Recebemos ameaças de
morte e cobramos providências do Ministério da Justiça. Essas cobranças
resultaram em várias operações, que culminaram com prisões.
Diário – E o governo Confúcio Moura?
Fátima –
Vejo que o governo está tomando decisões importantes que vão modificar a
estrutura da saúde no Estado. Temos um Estado quebrado e que agora está se
estruturando. O governo está fazendo sua parte, o que não foi feito no passado.
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