Três juízes do Tribunal Regional do Trabalho, da
14º Região, servidores e um delegado passaram a sofrer constantes ameaças de
mortes depois que começaram a atuar no processo relativo ao pagamento de um precatório
devido ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintero).
O processo é resultado de uma dívida que começou a
tramitar na Justiça Trabalhista em 1989 envolvendo o sindicato, advogados, professores
e 65 servidores técnicos administrativos do ex-território federal de Rondônia.
Na manhã de ontem, a presidente do TRT, Vania
Abensur (foto), reuniu a imprensa para explicar a decisão do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), que suspendeu o pagamento do precatório que poderia chegar a R$
5 bilhões, e a denúncia de envolvimento de servidores, do juiz Domingos Savio e
do desembargador Vulmar de Araújo Coelho.
“Até o momento foram pagos R$ 100 milhões. A
determinação para pagar esse valor partiu do Tribunal Superior do Trabalho e
não do TRT”, explicou. A Justiça trabalhista, segundo a presidente, em duas
decisões na 2º Vara do Trabalho, apresentou parecer pela improcedência do pagamento
do precatório. “Foi a partir daí que os juízes passaram a sofrer ameaças de
morte”.
Segundo apurou o Diário, um dos juízes
jurados de morte é Rui Barbosa. Ele foi ex-presidente da Associação dos
Magistrados e atuou no início do processo. Por conta das ameaças, Barbosa pediu
transferência e está morando em outro estado. Outra pessoa que passou também a
receber ameaça de morte por telefone foi a juíza Isabel Carla. Ela é titular da
2ª Vara do Trabalho, onde o processou começou a ser esmiuçado.
De acordo com a corregedora do CNJ, ministra Eliana
Calmon, existe forte suspeita de fraude no pagamento envolvendo magistrados e
advogados. “É um caso sui generis e preocupante, pelo nível de agressividade
que a quadrilha impõe às pessoas que se aproximam do processo”.
TRT abre
processo administrativo
A presidente do TRT disse que o processo do
precatório está parado e hoje existe um clima de insegurança para movimentar o
documento. Ela informou que determinou abertura de processo administrativo contra
o juiz Domingo Savio, desembargador Vulmar Coelho e funcionários que atuaram no processo. “O caso está sendo apurado ainda pela Polícia
Federal e Corregedoria”, disse. Todos terão prazo para defesa.
O processo do precatório é de número 2039/99 e está
disponível para conhecimento do público na página eletrônica do TRT. De acordo
com a presidente, “muitos servidores contrataram advogados inescrupulosos que
passaram a atuar no processo. Não tem como saber se a assinatura de uma pessoa
é autêntica. Os advogados chegavam aqui com procurações dos servidores”.
Ela citou o caso de uma servidora beneficiada com o
precatório. “Essa servidora apareceu aqui no TRT querendo saber informações
sobre o andamento do processo. Ela ficou surpresa ao saber que um advogado já havia
recebido certa quantia em dinheiro relativa ao pagamento do precatório”,
explicou.
Vários professores já receberam o pagamento. A
pendência maior envolve os técnicos administrativos, que buscam o mesmo
benefício que foi pago aos professores do ex-território. Esses primeiros
acordos para o ingresso da ação no TRT foram realizados em comum acordo entre
professores, servidores técnicos, advogados e sindicato.
Vânia descarta que o valor do precatório pode
ser o maior do País, mas confirma que no processo existem recálculos de alguns
benefícios, como a recolhimento previdenciário de 11% sobre o valor do
dinheiro.
Fonte: Diário da Amazônia
Autor: Marcelo Freire
Fonte: Diário da Amazônia
Autor: Marcelo Freire
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