A partir deste domingo, o Diário traz uma série de reportagens especiais da BR-364, a única rodovia federal que corta o Estado de Rondônia de Norte a Sul. Conhecida popularmente como “rodovia da morte’, a estrada também é o único meio de acesso terrestre aos municípios do estado do Acre, na fronteira com a Bolívia.
O jornalista José Luiz, da editoria do Diário Rural, percorreu durante quatro dias mais de 800 quilômetros da estrada e, no percurso da rodovia, se surpreendeu com o que viu e relatos de motoristas.
Nos últimos anos, o número de carretas praticamente quadruplicou em decorrência do crescimento do agronegócio e a produção de soja na região do Mato Grosso. O Porto Graneleiro de Porto Velho também seguiu o mesmo ritmo e ampliou a capacidade de exportação e hoje trabalha acima do seu limite. Este ano foi inaugurado um novo porto de grãos do grupo André Maggi, considerado um dos mais modernos da região Norte.
Com o aumento relâmpago da demanda da exportação de grãos, cresceu também o fluxo de veículos na BR-364. Sem contar com o trânsito de caminhoneiros que seguem rumo aos municípios do Acre transportando alimentos, material de construção e eletrodomésticos. O resultado não poderia ser diferente: mais de 110 mortes foram contabilizadas este ano, conforme registros da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O trecho considerado mais críticos, segundo relatos dos próprios caminhoneiros e de policiais federais, está na região entre Ariquemes e Jaru. A falta de sinalização e a irresponsabilidade de alguns motoristas vão continuar contribuindo na elevação do índice de mortes e acidentes na rodovia da morte. A duplicação da estrada, pelo menos nesse trecho, seria uma alternativa paliativa para frear esse índice de mortes.
A tendência é a situação se agravar com a restauração da BR-319, que liga o município de Porto Velho (RO) a Manaus (AM). A estrada, cujas obras de restauração foram liberadas na última semana pela Justiça Federal, é uma sequência da BR-364.
A proposta de duplicação da 364 foi inserida no Plano Plurianual (PPA) do Governo Federal. Ainda está em análise a proposta de privatização da estrada, outra alternativa que poderia mudar esse cenário de mortes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário