11 de novembro de 2015

Os números que não estão no Mapa da Violência

O Diário trouxe na edição de ontem, um raio-x da violência contra as mulheres no município de Porto Velho, capital de Rondônia. Os números tiveram como base o Mapa da Violência contra a mulher, divulgado na última segunda em rede nacional. A capital rondoniense figura no topo da lista das cidades onde a violência apresenta um aumento significativo em relação as demais capitais.
Em número de homicídios, Porto Velho figura na lista em terceiro maior da região Norte, perdendo apenas para a capital amazonense, Manaus (AM) e Belém (PA). A capital de Rondônia também acumula outros rankings quando o assunto está relacionado com a violência. Recentemente o município ganhou o título de uma das cidades mais violentas.
A violência contra as mulheres se tornou uma luta diária dos órgãos de segurança em todo o Brasil. Existe ainda aquela violência que não está nos registros das delegacias de polícia e do próprio Mapa da Violência. Como bem mostrou a reportagem do Diário no ano passado, as mulheres não denunciam seus maridos temendo retaliação. Existe ainda a violência contra a mulher idosa e assédio contra as mulheres nas ruas que dificilmente. São registrados que não estão nas estatísticas.
No mês passado, Rondônia testemunhou uma morte violenta contra uma jovem assassinada em um banheiro de uma lanchonete no município de Ariquemes. Tem ainda crimes praticados contra a mulher, que ainda não foram solucionados pelo serviço de inteligência da polícia civil, como é o caso da jornalista Naiara Karine, assinada brutalmente em Porto Velho.
Existem vários mecanismos que podem contribuir para mudar essa realidade no Brasil. Talvez o primeiro passo seja a criação de um grupo de trabalho com a finalidade de acompanhar o orçamento destinado para a construção de políticas públicas voltadas à mulher. Porto Velho talvez seja a única capital da federação onde a delegacia de proteção à mulher fecha nos finais de semanas.
A Assembleia Legislativa de Rondônia recebe essa semana a proposta orçamentária para o exercício de 2016. O primeiro passo é identificar o volume de recurso a ser destinados às ações em benefício da classe feminina. Se não houve, é preciso juntar Defensoria Pública, Ministério Público e Secretaria de Segurança Pública e estabelecer as prioridades. 

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