Rondônia, mais uma vez, ficou refém da BR-364, principal corredor de exportação e principal via terrestre de entrada de produtos do Sul do País na região Norte. A manifestação de três dias promovida por um grupo de moradores do distrito de Vista Alegre do Abunã, distrito de Porto Velho, complicou a vida dos moradores da região, além de trazer sérios prejuízos econômicos para Rondônia e Acre.
O bloqueio da BR-364 teve início na última terça-feira e os manifestantes reivindicavam energia elétrica em uma região atendida pela Eletrobras do Amazonas. Na realidade, Rondônia e Acre não têm nada a ver com a mobilização, mas o fechamento da BR-364 por mais de três dias, foi uma forma da comunidade reivindicar a instalação de uma rede de distribuição de energia, além de saúde e educação.
A Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero) se manifestou sobre o tema na última quinta-feira. A rodovia federal é o único acesso de Rondônia ao Acre e sua interdição trouxe prejuízos para o comércio. Muitos caminhoneiros que transportavam produtos perecíveis foram penalizados pela manifestação, que conseguiu atrair a atenção da população e dos órgãos envolvidos diretamente na causa – nesse caso a Eletrobras do Amazonas.
Filas de caminhões se formaram ao longo da rodovia e postos de gasolina na região de Vista Alegre do Abunã ficaram sem o produto. O questionamento feito por muitos motoristas durante o protesto é quem vai pagar os prejuízos produzidos às empresas e transportadoras. O fechamento da rodovia federal comprometeu a vida de muita gente, principalmente da indústria, que depende da rodovia federal diariamente.
O bloqueio realizado em Vista Alegre do Abunã foi um dos mais demorados da história da região e mostrou uma verdadeira falta de organização entre os órgãos envolvidos em atender às demanda contidas na pauta de reivindicação dos manifestantes. A Eletrobras do Amazonas levou simplesmente três dias para dizer que atenderá às demandas da comunidade, que é executar o projeto de energia elétrica, no próximo semestre.
Rondônia, como deixou bem claro o presidente da Fiero, Marcelo Thomé, não pode ficar refém desses movimentos, que complicam a vida de quem quer produzir e ajudar no desenvolvimento da economia do Brasil. Os empresários já carregam consigo um peso grande da carga tributária e se esforçam para pagar em dia seus impostos. É preciso que os órgãos públicos cumpram seu papel. É por conta dessa lentidão que existe um movimento muito forte para privatização da Eletrobras.
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