A morte de um policial militar do Grupamento de Operações Especiais (GOE) de Rondônia e de duas pessoas que seriam sem-terra, no distrito de Nova Dimensão, em Nova Mamoré, revelam que os conflitos de terra estão longe do fim em Rondônia. A região não tem histórico de invasão, mas a tentativa de ocupação à força em propriedades rurais se tornou uma prática comum na localidade.
Os invasores mostraram durante a ação policial de terça-feira que estão dispostos a enfrentar o poder de segurança do Estado. Não se intimidaram com a presença da Polícia Militar de Guajará-Mirim no local e dispararam tiros de calibre 12 em direção dos policiais. Um tiro atingiu o policial militar João Batista da Costa Filho, que veio a falecer na terça-feira à noite em um hospital de Nova Mamoré.
O que se percebe no interior de Rondônia é uma migração de invasões no campo. Até recentemente a região preferida dos marginais agrários era a região do Vale do Guaporé, depois passou por Ji-Paraná e por último Ariquemes. O grupo, além de aterrorizar a população, pratica atos de violência contra as famílias. Foi o que aconteceu no mês passado em Ji-Paraná, quando famílias foram feitas reféns de sem-terra e passaram a ser espancadas.
Os donos de propriedades rurais sofrem a violência no campo e quem perde também é o Estado. Em 2016, os integrantes da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) deixaram um rastro de destruição na Fazenda Bom Futuro, na região de Seringueiras, na 429. Rondônia tem um registro triste sobre a invasão de terra após a chacina ocorrida na fazenda Santa Elina, em Corumbiara, no Sul de Rondônia. Não se pode esquecer que a região do Vale do Jamari é outro barril de pólvora. Lá ainda existem conflitos agrários. No ano passado, dois assassinatos comoveram os moradores de Buritis e Monte Negro. Um casal de líderes sem-terra foi executado em uma linha rural localizada na região. O motivo teria sido a disputa por terra.
Buritis, na grande Ariquemes, já ocupou no ranking das estatísticas da Polícia Civil como uma das mais violentas da região, justamente por conta de conflitos agrários e disputa por terra. Em 2015, bem próximo ao município, um policial da Força Nacional de Segurança foi vítima de uma tocaia por um forte grupo de sem-terra. O local foi cenário de uma megaoperação da Polícia Federal e movimentou policiais militares e grupo especial da Polícia Militar.
A perda de militares em confrontos agrários no Brasil mostra o poder de força dessas facções criminosas e uma grande afronta ao poder de polícia. O Estado deve dar uma resposta rápida no campo e garantir a segurança jurídica à classe produtiva.
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