23 de fevereiro de 2018

A migração do crime organizado

A prisão de um grupo criminoso na noite da quarta-feira em Porto Velho serve para deixar o setor de segurança em situação de alerta. Os criminosos, segundo informações colhidas pela imprensa durante a operação policial, planejavam atacar detentos de grupos rivais da Colônia Penal. Eles foram presos com bananas de dinamites e armas de fogo. 
Em menos de 12 horas após a operação policial rondoniense, o ministro da Justiça, Torquarto Jardim, disse à imprensa nacional ser plausível que o crime organizado que atua no Rio de Janeiro migre para os demais Estados. A capital rondoniense possui um presídio federal e nele residem integrantes de facções criminosas que dominam os pontos de distribuição de drogas em outros Estados.  
Geralmente, quando os integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Comando Vermelho (CV) são transferidos para presídios federais, a Polícia Federal não costuma revelar o destino dos criminosos, mas graças ao trabalho de investigação da imprensa nacional, os destinos são revelados. Ocorre que eles trazem também parentes e advogados, além das mulheres dos presos. 
Todo preso tem direito a banho de sol e visitas íntimas. Era através dessas visitas íntimas que presos do presídio de Porto Velho se comunicavam com outros detentos do Rio de Janeiro e Ceará. Os bilhetes eram escritos pelos presos e repassados durante as visitas íntimas. Tudo foi gravado no presídio federal de Porto Velho. 
A operação federal que acontece no Rio de Janeiro será prolongada até o final do ano. A presença do Exército tem intimidado as organizações criminosas e de fato, como bem afirmou ontem o ministro da Justiça, a tendência é do crime se espalhar para outros Estados. 
Segundo o jornal folha de São Paulo, o  ministro observou que a criminalidade hoje é nacional e citou dado do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), segundo o qual de 2014 a 2016 saltou de 3 mil para 13 mil o número de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) em presídios do País.
“É importante ter a cooperação desses três Estados e acredito que o futuro Ministério da Segurança Pública irá se debruçar sobre o tema em conjunto com esses governos estaduais”, disse o ministro da Defesa, Raul Jungmann, ao jornal paulista.
Segundo Jungmann, a previsão é de que o interventor no Rio de Janeiro, general Braga Netto, apresente na semana que vem o seu plano de atuação na segurança pública. O Supremo Tribunal Federal (STF) cobrou ontem um plano de atuação para a intervenção federal no Rio, conforme noticiou ontem o Diário. A sociedade também quer solução para a falta de segurança.

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