A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou ontem a Campanha da Fraternidade 2018, com o tema “Fraternidade e Superação da Violência”. O documento aponta formas e tipos de violência no Brasil, dando destaque às praticadas contra os negros, os jovens e as mulheres.
O tema é importante pelo fato de ter grande conexão com a superpopulação carcerária no Brasil, fruto da violência desenfreada que assusta a população em todos os Estados. A situação da violência é tão preocupante que a própria presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, chegou ao ponto de dizer que o brasileiro está “cansado da ineficiência” e que o Judiciário tem “débito enorme com a sociedade”.
A fala ocorreu na segunda visita dela a Goiás no período de um mês para discutir questões relacionadas ao sistema prisional. No último dia 8 de janeiro, ela esteve em Goiânia em uma reunião para discutir soluções para a crise no sistema prisional goiano. Na ocasião, havia ocorrido três rebeliões em cinco dias, sendo que, em uma delas, nove presos foram mortos.
A rebelião em Goiânia e em outros Estados é fruto da violência. O Estado tem a função de garantir a segurança, mas é preciso buscar outros mecanismos que possam amenizar os números e reduzir a superpopulação carcerária. O governador Confúcio Moura (PMDB), em recente discurso na abertura do ano judiciário, em Porto Velho, confessou que está cansando de ouvir promessa do Governo Federal sobre a segurança na fronteira, principal rota de droga. A solução, conforme o peemedebista, precisa ser encontrada pelo Poder Judiciário, Legislativo e Executivo.
As redes sociais hoje são consideradas outras fontes de violência. É comum encontrar imagens e vídeos de incitação da violência. Muitos compartilham vídeo e apoiam a velha frase “fazer justiça com as próprias mãos”. Basta analisar os comentários de internautas nas notícias que são postadas todos os dias no facebook. O tema da CNBB é importante para cobrar dos representantes no Congresso Nacional, de medidas que possam amenizar a violência e deve ser objeto de discussão durante o período eleitoral.
Na campanha política de 2014, muitos candidatos a governo foram até os debates eleitorais e prometeram soluções para garantir mais segurança à população. Até hoje não se viu nada de concreto e aquelas promessas parece que caíram de vez no esquecimento. A violência não avança somente nas capitais. Ela está presente também no campo e repousa na falta de políticas voltadas para reforma agrária.
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