20 de fevereiro de 2018

Fronteiras desprotegidas

A intervenção federal no Rio de Janeiro invadiu o noticiário nacional no final de semana.  Com mais de 360 mil homens, em uma verdadeira operação de guerra, o Exército entrou com toda a força nas regiões mais perigosas da cidade maravilhosa, dominadas nos últimos dias pelo traficantes. 
A Constituição Federal contempla a intervenção federal, por meio do artigo 84, caput, inciso X. Pelo texto constitucional, o presidente da República tem 24 horas para submeter o decreto de intervenção ao Congresso Nacional, que realiza o controle político do ato. Os trabalhos no Congresso foram retomados ontem com o tema em pauta. 
A intervenção federal visa garantir o controle da ordem pública no Rio de Janeiro, palco de arrastões promovidos por bandidos e traficantes. O uso do Exército foi importante para dar um freio na violência no Rio de Janeiro e a previsão é que homens do Exército (algo em torno de 369 mil), permaneçam no Estado até o final do ano. 
O governo entendeu ser importante, nesse primeiro momento, o apoio do Exército nessa operação de guerra contra o tráfico, mas se esquece que a fronteira do Brasil continua desprotegida. Sem dúvida, os traficantes vão aproveitar o momento, para investir pesado na ação de fortalecimento do crime organizado. 
Segundo apurou o Diário, enquanto mais de 360 mil militares cumprem o decreto de intervenção federal no Rio de Janeiro, as fronteiras na região Norte têm apenas 273 mil militares. Os governadores da Região Norte, e do Centro-Oeste também, cobraram com eficiência a presença da União na região de fronteira. 
É justamente pela fronteira que entra todo o armamento pesado para abastecer as organizações criminosas. Sem a fiscalização efetiva do Exército e com as atenções direcionadas pelo Sul do Brasil, as fronteiras na região de Rondônia, Acre e Amazonas, ficam cada vez mais vulneráveis. Lembrando que o governo ainda tem um grande problema com a fronteira do Brasil com a Venezuela, onde centenas de venezuelanos ingressam diariamente em Boa Vista. 
Em recente discurso, na abertura do ano judiciário, em Porto Velho, o governador Confúcio Moura voltou a manifestar a preocupação com a fronteira e a falta de apoio do Governo Federal. Além do comércio ilegal de armas, passa pela fronteira também toda a droga produzida na Bolívia. A consequência da fragilidade da fronteira é a disputa pelo tráfico de drogas dentro e fora dos presídios estaduais. 
Porto Velho sofre as consequências da falta de fiscalização contínua na fronteira do Estado. O Exército, sempre que atuou na fronteira rondoniense, conseguiu apreender uma grande quantidade de armas transportavas por “mulas” que atuam em serviço das organizações criminosas.

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