O Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tem feito um trabalho importante no combate ao transporte ilegal de madeiras e na preservação das florestas na Amazônia, mas a exemplo de outros órgãos do Governo Federal, é impactado com a falta de recursos. Nesta semana, o instituto federal completou 29 anos de atividade no País, mas a data não ganhou a devida importância pela própria mídia.
Hoje se fala muito em desmatamento na Amazônia e no ranking dos Estados que mais desmataram e registraram os maiores focos de calor na região Norte. Rondônia, dependendo do momento, figura entre os Estados da região que aparecem no topo dos índices de queimadas na Amazonas e o governo do Estado sofre com essa situação, sendo pressionado por órgãos de fiscalização.
Assim como a falta de recursos impacta diretamente as ações do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), na conservação da BR-364, os cortes no orçamento do Ibama comprometem plano de ações no combate ao desmatamento e as operações de fiscalizações no Norte. Por outro lado, os servidores desemprenham um esforço concentrado no cumprimento de suas obrigações, mas muitas das vezes sofrem com a escassez de recursos federais.
Um exemplo claro disso foi o número de operações que reduziram nos últimos anos na Amazônia. Essa queda do índice de fiscalização pode ter duas justificativas que merecem uma análise: ou as ações de combate ao desmatamento estão produzindo bons resultados, ou não há dinheiro suficiente no caixa do órgão para as ações.
Diante desse cenário de escassez de recursos, quem nada de braçada na Amazônia são os madeireiros. Rondônia, na década de noventa, foi impactada com a operação Arco de Fogo, deflagada pelo Ibama e Polícia Federal. Várias madeireiras foram fechadas na região de Machadinho e Cujubim, apontados pelo Governo Federal como as cidades que mais desmataram em Rondônia.
A operação Arco de Fogo contribuiu para alavancar os índices de desemprego na região, fez crescer o índice de violência, trouxe um caos social para os dois municípios, mas serviu para mostrar que o Estado está empenhado em fiscalizar e cumprir a legislação ambiental. Três anos após a operação federal no Estado, madeireiras passaram a atuar dentro do que estabelece a legislação e a atividade madeira passou ganhar uma nova história.
Hoje, boa parte da madeira produzida em Rondônia é resultado de plano de manejo florestal e a produção retirada em solo rondoniense passou a ser disputada pelo mercado internacional. O Ibama faz parte dessa história e poderia contribuir ainda mais para o desenvolvimento do Norte, região que ainda é desprovida da presença efetiva do Governo Federal.
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