14 de novembro de 2018

Fusões preocupam o agronegócio em Rondônia

A possibilidade da incorporação do Ministério da Agricultura com a Secretaria da Pesca e o Instituto Nacional de Colonização Rural e Reforma Agrária (Incra) talvez não seja problema para a futura ministra da Agricultura, deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS). Hoje essas estruturas estão sob o comando de duas secretarias especiais ligadas diretamente ao Palácio do Planalto, mas sem status de ministério. 
Mas o problema maior não está na fusão de órgãos importantes para crescimento econômico do Brasil, principalmente para a região Norte, em especial Rondônia que respira o agronegócio 24 horas. O problema maior é a falta de servidores para atender a grande demanda de serviços na região Norte do Brasil. A Superintendência da Agricultura em Rondônia, por exemplo, padece com a falta de servidores, técnicos e engenheiros responsáveis pela vistoria dos frigoríficos e outras empresas que atuam no ramo de alimentos. 
O Incra é outro órgão que está com boa parte da sua força de trabalho prestes a se aposentar, mas que aguardam a aprovação da Reforma da Previdência. O órgão enfrenta ainda falta de orçamento para tocar projetos de reforma agrária e emissão de títulos definitivos. Os servidores do Incra chegam a fazer milagre para entregar títulos de pequenas propriedades rurais aos agricultores. É através dessa documentação que os agricultores conseguem empréstimos financeiros juntos às instituições bancárias. 
Já a Secretaria da Pesca enfrentou nos últimos anos um poderoso esquema de fraudes de seguro-defeso e várias pessoas foram investigadas pela Polícia Federal. No ano passado, em Roraima, a força-tarefa Previdenciária, composta pela Polícia Federal, Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda e o Ministério Público Federal, deflagrou a Operação História de Pescador, para apurar a concessão fraudulenta de benefícios de Seguro-defeso deferidos em Caracaraí a pessoas que se afirmavam pescadores.  
São problemas que precisam ser superados pela futura equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). O setor produtivo não escondeu o apoio dedicado à eleição de general da reserva e cobra atenção especial logo nos 100 primeiros dias de governo.  
A possibilidade de fusão de pastas é importante para enxugar a máquina administrativa, mas poderá refletir em Rondônia, que vive hoje uma realidade totalmente diferente dos demais Estados, onde o agronegócio surpreende as estatísticas de produção. A região Sul do Estado aprovou as propostas apresentadas pelo coronel Marcos Rocha (PSL), candidato a governador eleito e que ganhou o apoio de Bolsonaro. Se espera, no mínimo, um tratamento de especial. 

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