Deixou de ser novidade a superlotação no Hospital João Paulo II, considerado o maior pronto-socorro de emergência do estado de Rondônia. Hoje a unidade de saúde tem capacidade para atender 150 leitos, mas esse número está muito além da demanda de pacientes que desembarca diariamente no hospital. No final de semana, esse número se distancia com casos de acidentes de trânsito e vítimas da criminalidade. A unidade chega a receber 200 pacientes que dividem os corredores do hospital e parte do estacionamento.
A ‘estadia’ dos pacientes se agrava no período das chuvas, quando centenas de pacientes são removidos do estacionamento para os corredores. O Conselho Federal de Medicina de Rondônia (Cremero) é conhecedor dos problemas do João Paulo. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) também sabe das dificuldades e do esforço da equipe médica em suprir a imensa demanda de pacientes que chegam de ambulâncias do interior do Estado em busca de atendimento de emergência.
No último dia 1º, por exemplo, a equipe médica do João Paulo II teve que se desdobrar para atender pacientes que foram vítimas de ataques praticados por Edinei Ribeiro de Souza, de 49 anos, na zona leste de Porto Velho. Naquela ocasião, foram esfaqueadas por ele 11 pessoas e muitos deram entrada na sala de emergência com fraturas expostas. Alguns aguardavam leito de UTI para receberem os primeiros cuidados.
Os médicos, por mais que se esforcem, não conseguirão atender a grande demanda do João Paulo II. Boa vontade não falta. O que parece faltar é conscientização da classe política na questão do gerenciamento das demandas do João Paulo II. Os municípios, apesar da descentralização da saúde no interior, continuam encaminhando pacientes para o João Paulo. Esse problema se arrasta há anos.
Em Ariquemes, por exemplo, não saiu do papel a construção do hospital regional, que poderia amenizar o fluxo intenso de pacientes no João Paulo. Pacientes, que deveriam receber atendimento em Ariquemes, são transportados de ambulância para Porto Velho. O mesmo acontece com Guajará-Mirim, onde as obras do Hospital Regional não passaram de promessas políticas durante a campanha eleitoral.
Com certeza, o governador eleito Marcos Rocha (PSL) terá que buscar uma saída paliativa para o problema. O ex-governador Confúcio Moura (PMDB), logo no seu primeiro ano de mandato, disse que resolveria o problema do João Paulo II e tiraria os pacientes do chão. Na realidade, os pacientes foram apenas remanejados do chão para os corredores da unidade de saúde. Os problemas são os mesmos. Ademais, no orçamento do Estado 2019 não existe dinheiro suficiente para resolver o problema da saúde. A unidade sempre será um desafio para os próximos governadores.
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