A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental (Sedam) sempre foi uma pedra no sapato para os últimos governadores de Rondônia. A operação deflagrada pela Polícia Civil na última segunda-feira resultou no afastamento de mais de dez servidores comissionados acusados de receber propina em troca da liberação de licença de extração de madeira na região do Vale do Jamari do Estado.
Se o leitor fizer uma busca na internet das últimas operações policiais na região do Vale do Jamari, os municípios que integram essa região foram os que mais causaram problemas para as polícias Civil e Federal e Ibama. Buritis, Cujubim, Machadinho e Ariquemes, sempre foram alvo de operação contra o desmatamento, extração ilegal de madeira e garimpo ilegal e emissão de guias de transporte ilegal de madeira.
Em 2014, em decorrência de inúmeras denúncias e indícios de irregularidades na emissão de guias de extração de madeira e licenças, o ex-governador Confúcio Moura (MDB) colocou um coronel para chefia da Sedam. Durante um longo período, a Sedam navegou em águas tranquilas e o número de denúncias reduziu na pasta de forma significativa.
Na operação deflagrada pela Polícia Civil, mostrou que empresários pagavam propina para servidores comissionados da Sedam. Na residência de um servidor, a polícia encontrou mais de R$ 90 mil.
Essa é a primeira etapa dos trabalhos de investigação que vêm sendo realizados pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas de Cacoal (Dracor), em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e o Ministério Público de Rondônia (MP).
A Polícia Civil não descarta o desdobramento de outras operações nos próximos dias, conforme coletiva à imprensa na manhã de segunda-feira. O próximo governador terá a missão de conduzir uma pasta bem delicada e pode seguir o mesmo ato do ex-governador Confúcio Moura e nomear um coronel para conduzir a secretaria. A pasta requer uma pessoa com a linha rígida e conhecedora dos problemas de Rondônia.
A Sedam precisa trabalhar de forma integrada com a Secretaria de Agricultura (Seagri). São pastas de grande relevância para o governo do Estado e de importância para a economia. O governador eleito Marcos Rocha (PSL) vai precisar olhar para essas duas pastas com mais dedicação. Em seu primeiro pronunciamento após o resultado das eleições de segundo turno, Rocha afirmou à imprensa que não vai admitir esse tipo de comportamento e anunciou a formação de um grupo de combate à corrupção dentro do governo. Seria uma forma de coibir essas propostas indecorosas.
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