18 de novembro de 2013

Encontro discute obras do PAC na Amazônia

Ane Alencar defende o reaproveitamento da área desmatada
Brasília - A execução de obras de infraestrutura na Amazônia, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, foi o tema de um curso para jornalistas realizado na última quarta-feira em Brasília. O encontro, promovido pela ONG Conservação Estratégica, reuniu palestrantes especialistas na área de meio ambiente.
A geógrafa Ane Alencar, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), debateu o tema “Obras de infraestrutura e seus impactos aos serviços ecossistêmicos na Amazônia”.

Ela explicou que pavimentação de rodovias na Amazônia “está muito presente nas obras do PAC”. Na visão da geógrafa, os programas federais trazem o progresso para região da Amazônia, mas algumas obras precisam ser melhor repensadas pelos investidores.
“A questão energética está muito forte no PAC II. A Amazônia está perdendo recursos naturais e quem está se beneficiando com isso? Esses investimentos deveriam voltar para a sociedade e reduzir os impactos ambientais. É preciso fazer um planejamento de infraestrutura para a Amazônia”, disse.

Ela acrescentou que se todas as BRs do programa federal “Avança Brasil” fossem pavimentadas “chegaríamos a um desmatamento de 80 a 180 quilômetros quadrados na Amazônia”. Segundo ela, a BR-163, que liga Tenente Portela, no Rio Grande do Sul, a Santarém no Pará, voltou a ser um dos principais focos do desmatamento na Amazônia.
Jornalistas de vários estados durante encontro em Brasília

A discussão do Código Florestal Brasileiro no Congresso Nacional serviu para ampliar as discussões sobre a preservação da Amazônia. “Tem muita área aberta que precisa ser aproveitada com uma simples melhoria da simplificação da agropecuária, conseguimos nessas áreas que estão abertas aumentar a produção, sem necessidade de expandir essa exploração para a floresta”, explicou a geógrafa.

Paulo Barreto, do Imazon, explanou o tema “Belo Monte e suas consequências para o desmatamento regional”. Ele destacou o crescimento populacional puxado pelo anúncio das obras de Belo Monte, no Pará. Para ele, o governo não se preocupou nas áreas de preservação. O encontro teve ainda a participação de vários palestrantes.

Texto e fotos: Marcelo Freire



Nenhum comentário:

Postar um comentário