28 de novembro de 2013

Jornal de Rondônia traz série de reportagens sobre a BR-319

Ponte na BR-319, danificada pelo tempo de uso
Porto Velho, Rondônia - O jornal Diário da Amazônia, de Porto Velho, começou a divulgar nesta quinta-feira, dia 28, uma série de reportagem sobre a expedição realizada pela Comissão de Agricultura do Senado Federal na BR-319. A rodovia federal, que liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM), está desativada e aguarda uma licença do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) para ser recuperada pelo governo. A expedição percorreu os 876 quilômetros da estrada, em plena floresta Amazônica. Nesta sexta-feira, 29, o jornal mostra os prejuízos ocasionados em decorrência da falta de investimentos na estrada. O governador do Amazonas, Omar Aziz, recebeu a expedição em seu gabinete.

Confirma a matéria da série:
Uma fileira de 22 veículos off-road entrou na cidade de Humaitá, no Amazonas, chamando a atenção dos moradores no final da tarde de domingo. Com adesivos coloridos, carregados com equipamentos de trilha, pneus para lama e tripulados por pessoas uniformizadas com uma camisa branca, as caminhonetes e jipes saídos de Porto Velho levaram esperança para a população. “Agora tem que sair a reabertura da rodovia!”, gritavam algumas pessoas, acenando para a diligência que ficou conhecida pelo slogan “BR-319 – Chega de Atoleiro”.
A cidade de cerca de 80 mil habitantes foi a primeira parada da diligência promovida pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado Federal, por solicitação do senador Acir Gurgacz (PDT-RO). Com mais de 60 pessoas, dentre políticos, jornalistas, empresários, servidores e jipeiros, a diligência (ou expedição, como também foi chamada) provocou uma onda de alegria entre os moradores de Humaitá. O motivo é claro: a cidade, que fica no Amazonas, tem uma boa ligação terrestre para Porto Velho, mas não para a capital do próprio Estado, Manaus. A diligência, que teve o objetivo de levar informações para autoridades federais sobre a real situação da via, foi vista como uma possibilidade dos moradores verem a rodovia reaberta.
Mas não apenas moradores das cidades cortadas pela rodovia reconhecem a importância da ação. O vice-prefeito de Ji-Paraná, Marcito Pinto (PDT-RO), que participou da diligência, destacou a importância estratégica da BR-319 para a economia regional. “Manaus é o maior mercado consumidor da região Norte, são nossos vizinhos e não conseguimos fazer negócios com este mercado. Precisamos reconstruir esta estrada para dinamizar a economia regional, o que será bom para o comércio, para a agricultura e para a indústria de toda a Amazônia”, frisou Marcito Pinto. Para Marcito, os pecuaristas e frigoríficos de Ji-Paraná e da região Central do Estado seriam beneficiados com a reabertura desta rodovia. “Além disso, o comércio entre os dois Estados criaria uma nova dinâmica na economia regional tornando estimulando a agroindústria que cresce a cada dia em Rondônia.
Promissora
Na vila de Realidade, distrito de Humaitá, o madeireiro Ronieque Zanys fez questão de procurar os integrantes da diligência para mostrar a dura realidade de quem ali vive. “O lugar aqui é bom, tem tudo para a gente crescer, mas falta estrada!”, desabafou. De acordo com o madeireiro, que é oriundo de Rolim de Moura, é possível trabalhar na produção rural e no extrativismo apenas três meses por ano. “O resto do tempo é ficar olhando a chuva cair do céu, não dá para fazer nada, porque ficamos isolados aqui. Ninguém vai plantar para depois ver o produto apodrecer”, explicou.
Zanys explicou que trabalha com compra e venda de madeira com manejo ambiental, e que a região é promissora, mas ele provavelmente vai ter que abandonar Realidade. “Se não fizerem estrada já no ano que vem não vou ter mais como fica acumulando prejuízos. Eu também sou brasileiro, também quero ter uma casa boa, um bom carro. Não sou bicho para viver isolado no meio do mato”, acrescentou.A diligência apurou que depoimentos como esse não são raros ao longo dos poucos trechos habitados às margens da BR-319.Realidade hoje tem cerca de 5 mil habitantes, sendo que 3 mil no perímetro urbano e o restante no setor rural, dentro da floresta. Depois da vila é possível ver poucos sítios até cerca de 300 quilômetros de Porto Velho, e quase nenhuma habitação até chegar perto de Igapó-Açu, perto de Manaus. (diariodaamazonia.com.br)


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