Merece uma atenção especial do governo as sugestões que constam no relatório Respondendo a Novas Realidades, divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), ontem em Lima, no Peru. De acordo com o estudo, o Brasil precisa fazer reformas estruturais, investindo em educação e melhoria no ambiente de negócios para voltar a crescer.
O país vive uma das piores crises na economia e, a situação só não ficou mais crítica graças à força do agronegócio. O documento do FMI, que contém uma agenda global de políticas para os países-membros do órgão, fez uma série de recomendações ao Brasil e a outros países emergentes afetados pela queda do preço das commodities (bens agrícolas e minerais com cotação internacional).
Em relação ao Brasil, o FMI sugeriu investimentos em educação e reformas no mercado de trabalho para elevar a produtividade do País. Algumas medidas já estavam sendo adotadas pelo Palácio do Planalto, mas ainda dependem de aprovação do Congresso Nacional, hoje em estado de guerra com o governo.
De acordo com o documento, apesar da recuperação em algumas economias avançadas, a economia global enfrenta um cenário difícil por causa da perspectiva de aumento de juros nos Estados Unidos e a desaceleração da economia chinesa, que afetou especialmente países exportadores de commodities, entre eles o Brasil.
Nos países avançados, a demanda continua deficiente, em meio a dúvidas sobre a continuidade da estagnação e o envelhecimento da população. Estados Unidos e China, segundo o documento divulgado ontem, também enfrentam problemas em sua economia. A China passa por uma desaceleração esperada enquanto reequilibra o crescimento, criando transbordamentos maiores que o previsto, e os produtores de commodities enfrentam o fim de um longo ciclo de altos preços.
Elevar os juros bancários e tarifa de energia talvez não seja a melhor opção nesse momento para o Brasil retomar o crescimento. Além de aumentar a ira da população, pode enfraquecer ainda mais o poder de compra sobre um futuro duvidoso.
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