O Relatório Violência contra os Povos Indígenas no Brasil, divulgado na última quinta-feira pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), revela que em 2015 foram executados dezenas de indígenas. Rondônia aparece na lista dos Estados onde índios foram vítimas da violência e, de acordo com Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), é possível que os números repassados ao Cimi estejam “defasados”.
O próprio Cimi, conforme revela matéria produzida pela Agência Brasil, registrou, em 2015, 52 casos de violência com 54 vítimas de assassinatos nos estados do Acre (1), Amapá (3), Amazonas (4), Bahia (5), Maranhão (3), Mato Grosso do Sul (20), Minas Gerais (1), Pará (2), Paraná (5), Pernambuco (1), Rondônia (1), Roraima (1), Santa Catarina (1) e Tocantins (6).
A violência contra os índios acontece de outras formas. A exploração de diamantes e madeira em suas terras não deixar de ser um forte complicador que traz consequência constante à população indígena no Sul do Amazonas e região central de Rondônia. A cobrança de pedágio por parte de índios em rodovias federais na região Norte do País é outra agravante, principalmente no Sul do Estado.
Além da ausência do poder público nas aldeias, um exemplo claro do descaso com os povos indígenas, acontece também na reserva indígena Cinta-Larga, em Espigão D’Oeste (RO). O local se tornou fonte de economia para os índios que coordenavam até recentemente operação de extração ilegal de diamantes.
O Ministério Público Federal (MPF) sempre foi um importante defensor dessas comunidades e nos últimos anos cobrou da União ações para melhorar a vida indígena. Muitos estão em situação de total abandono e morrendo por enfermidades. Muitas das vezes, esses índios se tornam alvo fácil de garimpeiros e madeireiros em regiões onde o poder público não está presente.
Hoje os índios colecionam vários problemas em diversas regiões do Brasil. No Amazonas, eles são aliciados por madeireiros e costumam cobrar pedágio. Em Rondônia é cobiça é pelos diamantes da reserva indígena Roosevelt, em Espigão D’Oeste, palco de uma chacina que resultou na morte de 27 garimpeiros. No Pará, os indígenas são pressionados pelo crescimento do agronegócio.
O álcool também passou a fazer parte do cotidiano de alguns índios, conforme revela o documento. O governo precisar estar mais presente nas comunidades e mudar esse cenário.
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