15 de setembro de 2016

O PIL que se transformou em PPI


Com a finalidade de recuperar com rapidez a economia e impulsionar os investimentos no Brasil, o Governo Federal lançou na última terça-feira em Brasília o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Na realidade, esse programa do governo do PMDB é uma sequência do Programa de Invetimentos e Logística (PIL), lançado no segundo ano do governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Geralmente quem assume o poder gosta de modificar esses programas, mas o objeto é o mesmo.
A população, que clama por mudança no Brasil e recuperação da economia, pode estar nesse exato momento refletindo: o que mudou? Rondônia, embora nesse primeiro momento não foi contemplado no programa do governo do PMDB, tem um estudo em fase de análise no Ministério dos Transportes. A  União tem grande interesse em privatizar a BR-364, no trecho entre Porto Velho (RO) e Comodoro (MT), mas o estudo, que deveria ter sido concluído no mês de agosto, foi prorrogado. 
A “novidade do PPI”, lançado pela equipe econômica de Temer, é a venda da Eletrobras, a antiga Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron). O governo tem forte interesse em se livrar da distribuidora de energia. O curioso é que recentemente a empresa realizou concurso público para contratar novos servidores e suprir a demanda de serviços da população do Estado. O último balanço divulgado pela Eletrobras revelou um prejuízo de mais de R$ 300 milhões em Rondônia. 
No meio de todas essas medidas econômicas está a população, que reivindica por melhores serviços e um atendimento digno. Não se sabe se a venda da empresa vai permitir uma significativa mudança em benefício do consumidor. O leitor com maior tempo de vida lembra muito bem quando Rondônia era atendido com os serviços da antiga Teleron, que depois se transformou em BrasilTelecom e, depois OI Brasil, e agora se fundiu com a TIM. Trata-se de uma mudança que não gerou benefício algum à população.  
A população paga em dia pelo serviço e, em troca, deseja receber no mínimo um tratamento digno. Empresas de serviços que deixaram de ser públicas e migraram para a privada ainda geram sérios problemas. Basta fazer uma busca nos Procons espalhados pelo Brasil que será possível identificar um crescimento astronômico de reclamações contra empresas de telefonia. O resultado dessa insatisfação vai respingar no Poder Judiciário, hoje também sobrecarregado por milhares de processos para análise e que necessita de urgência.

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