O lançamento do livro “Soldados da Borracha: O Exército que salvou a Segunda Guerra Mundial”, neste sábado em Porto Velho, merece uma atenção especial da sociedade rondoniense e do Brasil. Trata-se de um momento oportuno para a história de Rondônia e permite a população lembrar dos dias difíceis na Amazônia nas décadas de 60 e 70.
Boa parte desses combatentes desembarcou na Amazônia oriundo de outros Estados, principalmente da região Nordeste. Muitos, durante o processo de extração de seringa em plena floresta Amazônica, contraíram malária, febre-amarela e passaram por dificuldades para garantir o sustento de suas famílias. Foram heróis. Mais de 50 anos se passaram e os soldados da borracha enfrentam hoje outro tipo de problema. Estão bastante debilitados, enfermos e muitos só não foram abandonados definitivamente por parentes porque estão recebendo benefício da União.
Graças ao trabalho do Sindicato dos Soldados da Borracha (Sindsbor), foi autorizado junto ao Governo Federal uma indenização no valor de R$ 25 mil. O sindicato trabalha para garantir no mínimo R$ 50 mil, mas o governo resistiu em conceder esse valor. Isso só foi possível também após tramitar no Congresso Nacional, por mais de 10 anos, a PEC concedeu, a título de bônus, aos ex-seringueiros que foram recrutados durante a 2ª Guerra Mundial para retirar látex da Floresta Amazônica.
Em Rondônia foram quase 2 mil beneficiados. Ao todo, são 11,9 mil pessoas recebendo o benefício vitalício, pouco menos de R$ 1,5 mil por mês. O dinheiro não é suficiente para comprar remédio e atender às necessidades de quem está com a idade bem avançada. O Sindicato do Acre defendia um salário de R$ 3.789, mais R$ 25 mil. O governo relutou por mais de uma década em conceder o benefício aos seringueiros.
Muitos não tiveram a oportunidade de receber o dinheiro concedido pelo governo. Restou apenas a lembrança dos heróis da pátria. Os seringueiros da Amazônia merecem uma homenagem justa por tudo que fizeram em benefício do Brasil. Deveriam ser melhor reconhecidos. Foi preciso o Sindsbor reivindicar os direitos dos ex-combatentes no Corte Interamericana nos Estados Unidos, caso contrário, jamais seriam reconhecidos pelo governo brasileiro. Parabéns a todos aqueles que desbravaram a Amazônia e não mediram esforços para garantir o desenvolvimento da região.
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