O Brasil registrou em 2014 mais de 59 mil homicídios, conforme mostrou esta semana pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Esse cenário absurdo de matança no País o coloca no topo do ranking de mortes no planeta e produz uma série de consequências no contexto familiar e também na economia do Brasil.
O estudo produzido pelo Ipea analisa as mortes violentas em todas as regiões do País e em microrregiões. O trabalho desenvolvido pelos pesquisadores mostrou que houve uma disparidade na variação das taxas de homicídios por 100 mil habitantes, entre 2004 e 2014. No Rio Grande do Norte, por exemplo, o aumento foi de 308,1% no período, enquanto em São Paulo ela diminuiu 52,4%.
Ao todo, três Estados do Norte apresentaram aumento de 100% no número de homicídios de 2004 a 2014. O Amazonas teve o maior aumento, totalizando 134,4%, seguido por Acre 101,7% e Pará 126,5%. Enquanto seis unidades federativas sofreram aumento nesse indicador superior a 100%, oito Estados tiveram aumento entre 50% e 100%, cinco Estados sofreram aumento de até 50% e oito unidades federativas tiveram diminuição das taxas de homicídios, como Rondônia (-14,1%), São Paulo (-52,4%) e Mato Grosso do Sul (-7,7%).
A Nota Técnica projeta o que teria ocorrido caso o Estatuto do Desarmamento (ED) não tivesse sido sancionado em 2003. O instituto informou que a média anual de homicídios no Brasil entre 2011 e 2013 foi de 55.113. Sem o ED, esse número teria saltado para 77.889, ou seja, 41% a mais em relação ao observado. Nos Estados do Norte e do Nordeste, a disparidade teria sido ainda maior.
Outro dado alarmante na pesquisa é o percentual de jovens que são assassinados. Nesse trabalho o Ipea revela que homicídios de homens jovens são 93,8% do total. O pico de homicídios de homens jovens é aos 21 anos de idade. Outro detalhe: Homens jovens com menos de oito anos de estudo têm 5,4 mais chances de serem vítimas de homicídio. A educação, portanto, é escudo para os homicídios.
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