24 de março de 2016

Quem poderá resgatar a credibilidade da Caerd?

A Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (Caerd) volta a ocupar o noticiário regional. Desta vez, não se trata da interrupção rotineira do fornecimento de água tratada aos mais de 90 mil moradores do Segundo Distrito no município de Ji-Paraná. Muito menos dos inúmeros buracos abertos deixados nas ruas de Porto Velho em decorrência de serviços de manutenções no sistema de tubulação. Trata-se da “Operação Kairós” deflagrada pela Polícia Civil ontem na capital com a missão de desvio de recursos na companhia.
Um balanço geral da operação foi apresentado no final da manhã de ontem à imprensa e revela a forte suspeita de desvio de mais de R$ 8,5 milhões dos cofres públicos. É claro que esse número é uma aproximação do que pode ter sido desviado da Caerd nos últimos dois anos. O valor pode ainda passar da cifra de R$ 10 milhões, dinheiro suficiente para amenizar os problemas dos moradores da zona Sul que estão sem água tratada.
Ao que parece, a descoberta do esquema é fruto de uma denúncia formulada por servidores que ainda depositam credibilidade na companhia e ainda confiam nos órgãos de fiscalização e controle. A operação deflagrada pela Polícia Civil acontece no ano em que existe uma previsão de investimentos de mais de R$ 500 milhões para construção do novo sistema de abastecimento da zona Sul de Porto Velho. Trata-se de um investimento importante na vida da população que necessita de água tratada, principalmente no período da chamada estiagem, quando os poços da região reduzem o volume de água.
Todo e qualquer dinheiro a ser gerido pela Caerd precisa ser fiscalizado pelo Tribunal de Contas e Ministério Público. A Polícia Civil, mais uma vez, está de parabéns por conduzir, mais uma vez, uma operação cuja finalidade foi travar a sangria de recursos públicos. Sem dúvida, o coração da Caerd está no setor de licitação. A operação policial realizada ontem serve de reflexão profunda aos funcionários da companhia, que recentemente saíram de um processo eleitoral que serviu para escolher os novos dirigentes do Sindicato dos Urbanitários (Sindur). É bom informar que a operação foi conduzida por investigadores da Polícia Civil.

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