4 de agosto de 2016

A falta de saneamento básico no Norte

O Instituto Trata Brasil vai divulgar no próximo dia 10 em Porto Velho os números atualizados da falta de saneamento básico nos municípios de Rondônia. A apresentação vai ocorrer na sede do Ministério Público, em Porto Velho, e tem a parceria da Promotoria do Meio Ambiente, que atua na área do meio ambiente.
Sem dúvida, os números seguem bem longe do primeiro balanço divulgado no ano passado, quando  a capital de Rondônia apareceu no ranking das piores com índices de falta de saneamento básico e rede de esgoto. O Estado apresentava na época 41,01% de rede de água tratada, 3,53% de coleta de esgoto, 4,24% tratamento de esgoto e 50,34% de perda, um dos piores índices do Brasil.
Não precisa ser especialista em matemática para descobrir o pouco avanço no saneamento básico no Norte. Os cortes de recursos no orçamento do Ministério das Cidades afetaram drasticamente os investimentos previstos para o Norte. Em Rondônia, também não houve avanço no projeto de saneamento básico para deixar o município de Porto Velho com mais de 60% de água tratada. Os recursos somam R$ 500 milhões e continuam disponível na conta da Caixa Econômica Federal CEF). Em decorrência de problemas no processo licitatório, a licitação foi suspensa pelo Tribunal de Contas de União (TCU)  e o problema se arrasta por mais de 6 anos.
Na época em que o dinheiro foi liberado pelo Governo Federal para a execução do projeto levar água tratada a 100% da população, era possível colocar em todos os bairros. Hoje, com esse valor disponível, mesmo com a contrapartida do governo do Estado, não é mais possível contemplar toda a cidade. Tudo porque houve reajuste no preço do material utilizado na obra.
Lançada no início do ano, a Campanha da Fraternidade teve como foco o saneamento básico. Investir em saneamento básico é cuidar da saúde da população. A partir do momento que os governos priorizarem investimentos neste setor, terão menos demandas nas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs). A igreja católica e outras instituições religiosas que apoiam a campanha estão de parabéns em incluir o saneamento básico como tema na Campanha da Fraternidade deste ano, mas mudar esse cenário depende da participação efetiva dos gestores públicos e  conscientização também da população, hoje responsável pela contaminação dos rios e fontes de água na Amazônia.

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