É incrível a produção do leite em Rondônia. Um levantamento produzido pela Secretaria de Agricultura do Estado de Rondônia (Seagri) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mostra que o Estado tem uma produção média acima de 2,2 milhões de litros de leite dia, o que rende o título de maior produtor de lácteos da região Norte.
Mas esse cenário não é motivo para comemorar. Em tempos de crise na economia, não se pode admitir o elevado preço do produto que é comercializado aos consumidores nas redes de supermercados de Rondônia. Atualmente o produto é vendido a R$ 4,50. Já outra marca de Minas Gerais é comercializada em Porto Velho a R$ 5,50 e tem atraído o consumidor pela qualidade. Hoje no Estado existem dois importantes laticínios e o mercado rondoniense absorve somente 35% da produção regional e o restante segue com destino a outros Estados.
O preço do leite em Rondônia vive um cenário bem parecido ao do valor da carne no Estado. Com um rebanho formado por mais de 13 milhões de cabeça de boi, a população de Rondônia ainda paga um preço bem elevado no comércio da carne. Pecuaristas se mobilizaram no ano passado e decidiram criar o Grito da Terra, um movimento cujo objetivo foi rever o valor da arroba do boi na região. A mobilização possibilitou a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa.
Fica cada vez mais difícil entrar na mente do consumidor o fato de Rondônia possuir uma pecuária bastante rica, mas esse fator importante não trazer benefícios à população. Os produtos derivados do leite também deveriam apresentar queda com o aumento da produção. É preciso existir a concorrência, caso contrário, o preço vai continuar o mesmo.
A Assembleia Legislativa teve papel importante em denunciar ao Ministério Público Federal a existência do cartel da carne em Rondônia. Seria importante os parlamentares, através da Comissão de Agricultura e Fiscalização, provocarem uma ampla discussão em torno do tema. O consumidor não pode pagar a conta de forma isolada.
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