A estiagem no rio Madeira, em Porto Velho, traz uma preocupação muito grande para o transporte de cargas nessa época do ano. Geralmente, as empresas reduzem o volume de alimento transportado na hidrovia do Madeira, um importante canal de navegação para o Brasil. A estiagem também permite uma atividade ilegal: a garimpagem ilegal no rio praticada por “garimpeiros”.
Esta semana, a equipe do Diário flagrou garimpeiros trabalhando durante a madrugada no entorno dos pilares da ponte do rio. Como não há fiscalização da Marinha e da Polícia Federal no horário, é comum presenciar a movimentação intensa de operários trabalhando no rio. Essa prática, além de ser ilegal, traz sérios problemas para a estrutura da ponte.
A preocupação já foi manifestada pela Marinha do Brasil e o caso precisa de uma resposta dos órgãos de fiscalização. O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), é o órgão responsável pela fiscalização. A Marinha constantemente faz o trabalho diariamente de vistoria do local. Acontece que esse serviço de monitoramento é executado durante o dia. Geralmente, nesse horário é difícil localizar um garimpeiro no local.
A ponte do rio Madeira foi inaugurada em 2014 pelo então ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos. A obra foi inaugurada de forma temporária, uma vez até o presente momento não existe sistema de iluminação. Um projeto (o primeiro passo para obra) foi desenvolvido e doado pela Federação do Comércio do Estado de Rondônia (Fecomércio) ao Dnit. A falta de iluminação tem favorecido a prática criminosa desenvolvidos por pessoas que se dizem garimpeiros.
A descoberta de ouro no rio aconteceu na década de oitenta em Rondônia. Na época, além de aquecer a economia de Porto Velho, ajudou a impulsionar os distritos de Nova Mutum, Abunã e os municípios de Nova Mamoré, na época distrito de Guajará-Mirim. Com a mudança da legislação ambiental, as regras se tornaram mais rígidas para esse tipo de atividade.
Um decreto assinado pelo ex-governador Oswaldo Piana inviabilizou a permanência de garimpeiros no leito do rio próximo a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM) até o bairro Nacional, na capital, em um trecho de mais de 2 mil metros. Os garimpeiros trabalham para reverter esse cenário. Não será fácil.
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