Os integrantes da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) deixaram na última sexta-feira a Fazenda Bom Futuro, na região de Seringueiras, com um imenso rastro de destruição na propriedade rural e abre uma profunda discussão sobre os prejuízos que as invasões causam no Brasil. A ocupação da propriedade rural aconteceu no mês de julho e uma decisão judicial determinou a retirada dos invasores que clamam por mais terra.
As autoridades temiam, após decisão judicial, um possível conflito entre as famílias e policiais militares, mas graças a boa condução do processo de retirada das famílias do local os invasores deixaram a propriedade rural de forma pacífica. A invasão na fazenda chamou atenção do Governo Federal. O presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Leonardo Góes, esteve em Rondônia e, na ocasião da entrega de títulos definitivos a colonos rurais, admitiu que o processo de regularização fundiária precisa avançar muito mais.
As imagens produzidas na sexta-feira pela equipe da Polícia Militar, momentos após a retirada dos integrantes do LCP, mostram que o movimento precisa ser repensando no Brasil. Não será com baderna e na base da pressão que se encontra saída para esse tipo de problema. Os donos da propriedade tiveram privados seus direitos e a ocupação da área trouxe vários prejuízos, além do econômico, psicológicos dos donos da fazenda.
Rondônia tem um registro triste sobre a invasão de terra após a chacina ocorrida na fazenda Santa Elina, em Corumbiara, no Sul de Rondônia. Não se pode esquecer que a região do Vale do Jamari é outro barril de pólvora. Lá ainda existem conflitos agrários. No ano passado, dois assassinatos comoveram os moradores de Buritis e Monte Negro. Um casal de líderes sem-terra foi executado em uma linha rural localizada na região. O motivo teria sido a disputa por terra.
Buritis está no ranking das estatísticas da Polícia Civil como uma das mais violentas da região, justamente por conta de conflitos agrários e disputa por terra. Ainda no ano passado, bem próximo do município, um policial da Força Nacional de Segurança foi vítima de uma tocaia por um forte grupo de sem-terra. O local foi cenário de uma megaoperação da Polícia Federal e movimentou policiais militares e grupo especial da Polícia Militar.
Na região de Vilhena, Sul do Estado, ainda no ano passado, cinco pessoas foram executadas e a polícia já tem suspeito sobre a matança. As investigações apontam que o crime teria sido motivado por disputa por terra. Ocorre que nem sempre os responsáveis pelos crimes são presos.
Rondônia precisa de uma força-tarefa especial para solucionar os problemas com a regularização dessas áreas que estão em conflitos. A ocupação de fazendas traz prejuízos econômicos para os Estados e municípios. Fazenda é como uma empresa. Quando uma propriedade rural é ocupada, as perspectivas econômicas são afetadas diretamente. O Estado também perde com esse movimento. Fazendeiros também geram empregos, renda e movimentam a economia do agronegócio no Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário