24 de outubro de 2018

População carente de leitos do SUS

Um levantamento divulgado ontem pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) aponta que o Brasil perdeu, nos últimos dez anos, mais de 41 mil leitos hospitalares no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o estudo, em 2008, o total de leitos na rede pública era de 344.573. Em 2018, o total chegava a 303.185.
O Ministério da Saúde recomenda que os Estados disponibilizem entre 2,5 e 3 leitos para cada mil habitantes. O estudo divulgado ontem pela CNM revela que as regiões Sul e Centro-Oeste são as que mais se aproximam, com 2,4 e 2,3 respectivamente. A CNM constatou que a pior situação é no Norte, com 1,7. Já Nordeste e Sudeste têm, ambos, 2 leitos para cada mil habitantes.
Ao analisar o quantitativo de leitos por unidade federativa nos anos de 2008 e 2018, o estudo constata que 25 Estados apresentaram queda nos índices de leitos por mil habitantes. Somente Rondônia e Roraima conseguiram obter um pequeno avanço na disponibilidade de leitos hospitalares, mas ainda está longe de atingir um número importante na lista.
Nas unidades de saúde dos municípios, principalmente das capitais, é comum encontrar pacientes aguardando atendimentos nos corredores dos hospitais. A demanda na saúde é muito grande e os orçamentos de 2019 que estão em tramitação nas Assembleias Legislativas indicam que o Brasil dificilmente conseguirá atingir o número ideal recomendado pelo Ministério da Saúde.
O ministério informou investir na habilitação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que exigem maior estrutura e esforço profissional, assegurando recursos federais para ampliação da oferta no SUS. Em dez anos, de acordo com a nota, o número de leitos de UTI no País aumentou 66,4%, passando de 26.725 em 2008 para 44.484 em 2018. Dessa forma, do total de leitos exclusivamente do SUS (332.089), 21.658 são de terapia intensiva, representando mais de 50% do total de leitos de UTI habilitados no País.
Nem sempre a queda de leitos representa um problema nas grandes capitais. Ocorre que muitos tratamentos acontecem nas residências. A saúde passa por mudança e a tecnologia tem favorecido os profissionais da saúde.
A regionalização da saúde está no plano de governo dos candidatos que estão disputando o segundo turno das eleições nos Estados. O plano de governo só não indica de onde virá o dinheiro para suprir essa demanda nas unidades hospitalares. 

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