A Polícia Federal desarticulou ontem um forte esquema de tráfico internacional de droga em Rondônia. Segundo as primeiras investigações em poder dos policiais, a quadrilha movimentou mais de R$ 4 milhões em contas bancárias de 25 pessoas que foram investigadas nos últimos doze meses. Trata-se de um valor significativo para uma quadrilha, que pode ter financiado campanhas eleitorais no Estado.
Rondônia faz fronteira com a Bolívia e está localizado em região estratégica para o tráfico internacional de drogas. Os rios da Amazônia e as estradas isoladas facilitam o trabalho dos chamados mulas, aqueles que são usados para o transporte de maconha e cocaína. Somente nos últimos meses, mais de quatro operações foram deflagradas pela Polícia Federal, coibindo o avanço de quadrilhas especializadas no tráfico internacional de drogas.
De acordo com a PF, as investigações tiveram início em março deste ano, resultando na realização de duas apreensões de entorpecentes, sendo a principal delas ocorrida no município de Vilhena no mês de julho, com a apreensão de 113 quilos de cocaína escondida no interior de um caminhão.
O tráfico de drogas em Rondônia já patrocinou campanhas políticas no passado e pode sim ter financiado campanhas de candidatos nas últimas eleições. Muitos ainda devem se recordar da maior apreensão de drogas na época ocorrida na região metropolitana de São Paulo, quando pessoas ligadas a políticos de Rondônia foram presas.
O Estado já foi representado na década de 90 por pessoas com forte ligação ao tráfico de drogas. Pelo que se percebe, as investigações da Polícia Federal terão novos desdobramentos a partir dos próximos anos. O trabalho dos agentes federais é lento e requer muita investigação e cruzamento de informações para chegar até os chefões do tráfico.
O próximo governador que assumir a partir de janeiro terá a responsabilidade de solicitar reforço da Polícia Federal em Rondônia. Embora exista boa vontade política de intensificar o combate ao crime, os órgãos de fiscalização e repressão ao contrabando continuam enfrentando forte crise com orçamento financeiro para aparelhar as polícias e realizar ações de combate à criminalidade. Quando o Estado não está presente com as forças policiais na fronteira, o crime organizado toma conta do pedaço e mostra o poder de organização dos contrabandistas e traficantes.
Rondônia precisa aumentar o efetivo nas fronteiras, incluindo a criação de uma base da Polícia Federal em Costa Marques, na fronteira com a Bolívia. O Brasil contabiliza inúmeros prejuízos com o tráfico internacional de drogas e o comércio de produtos falsificados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário