Flavia Milhorance
O Globo - 18/04/2012 - Ambientalista defende que estados conheçam melhor a região, que tem sido menos devastadaO ambientalista Caetano Scannavino, morador e especialista da Região Amazônica, cobrou mais atuação do Brasil no desenvolvimento do território. Ele defende que os demais estados brasileiros, sobretudo o eixo Rio-São Paulo, devem "nacionalizar a Amazônia", ou seja, se preocupar em se apropriar e conhecer melhor a região. Para Scannavino, há uma responsabilidade de todo o país com relação a este território. Coordenador da ONG Projeto Saúde e Alegria, Scannavino participou do evento "No Caminho da Rio+20", no Rio.
- O custo é local, mas o benefício é global. É um fato que o Brasil precisa de recursos. Só nós não temos condições de arcar com o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Isso não significa que perderíamos a soberania do território - afirmou ele.
O ambientalista disse que o Brasil pode ser vanguardista no questão do desenvolvimento social aliado ao econômico e ambiental na Amazônia, e vê na Rio+20 oportunidade de inserir o tema. Ainda assim, ele tem uma visão cética da conferência com relação à assinatura de acordos. Com base no Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), Scannavino mostrou que houve redução na destruição da floresta: em 1988, cerca de 21 mil quilômetros quadrados foram devastados. Em 2010, cerca de seis mil quilômetros:- A velocidade das ações não acompanha a velocidade da destruição do meio ambiente.
Também presente no evento, o presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), Luiz Augusto Castro Neves, criticou a ausência e a tardia confirmação de chefes de estado na Rio+20. Até agora, o presidente Barack Obama praticamente descartou a participação na cúpula. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, também não se posicionou. Segundo a Embaixada da Alemanha, não há confirmação também da primeira-ministra Angela Merkel.
Mas, segundo o Itamaraty, cem chefes de estado já confirmaram participação no encontro:
- O ambiente da Rio+20 não é dos mais animadores, não só porque vemos de um lado o mundo atravessando uma crise internacional muito séria; mas, além disso, porque os principais países, como França e Estados Unidos, estão em processo de eleições. E ninguém quer se comprometer com nada neste momento - avaliou o embaixador, acrescentando que a falta desses governantes enfraquece o encontro.
Fonte: O Globo
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