Muitos rondonienses que trafegam diariamente pelas estradas federais em Rondônia terão um bom motivo para discordar, mas a situação das rodovias apresentou uma melhora, conforme aponta o estudo divulgado na última segunda-feira pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).
De acordo com o estudo, dos 1.850 quilômetros de estradas avaliadas em Rondônia, 284 quilômetros receberam a classificação de ruim e péssimo. Significa dizer que 80% das estradas em Rondônia estão em boas condições de trafegabilidade, o que pode ser uma verdadeira inverdade.
É bem possível que o estudo da CNT não aponte a verdadeira realidade da malha viária federal. Primeiro que Rondônia é uma região que chove quase 6 meses durante o ano e o restante dos meses o sol predomina. Não tem asfalto que aguente o fluxo imenso de carretas transportando soja do Mato Grasso pela BR-364.
O trabalho CNT Rodovias foi feito em 2015, mas algumas imagens divulgadas da BR-425, rodovia que liga a BR-364 até os municípios de Nova Mamoré e Guajará-Mirim, aparecem no estudo da CNT de 2014. Na cheia de 2014, essa região ficou completamente tomada pela água em função do aumento do nível dos rios Abunã e Madeira.
Os números divulgados ontem fazem parte do Anuário CNT do Transporte e são relativos ao período de 2015, quando as estradas em Rondônia registraram mais de 120 mortes, conforme dados divulgados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Somente na BR-364, principal via que corta o Estado, foram 111 mortes e mais de 1,2 mil acidentes envolvendo carretas e carros de passeio.
A CNT pesquisou ano passado 1.096 quilômetros de extensão da BR-364 e constatou que o trecho de 1.096 quilômetros está com estado geral bom, assim com como o pavimento e a sinalização. Em 2014, uma pesquisa mostrou que a situação desse mesmo trecho era regular.
Ainda na classificação por rodovia pesquisada, de acordo com a CNT, a BR-425, que liga a BR-364 aos municípios de Nova Mamoré e Guajará-Mirim, está com o seu pavimento em péssimo estado de conservação. Em 2014, a situação desse trecho recebeu a classificação de ruim nos 155 quilômetros de extensão pesquisados.
Em recente audiência pública na Assembleia Legislativa para discutir sobre os índices de acidentes na BR-364 (só em 2015 foram mais de 110 mortes), o superintendente da Polícia Rodoviária Federal, inspetor Alvarez de Souza Simões, disse que a pior coisa para um patrulheiro rodoviário é uma BR em péssimas condições, pois se passa mais tempo trabalhando na assistência do que patrulhando a rodovia.
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