A insatisfação da população com o serviço prestado pela Companhia de Água e Esgoto de Rondônia (Caerd) ganhou forte repercussão esta semana na Câmara de Vereadores de Ji-Paraná. Convocada para participar de uma audiência pública e explicar o verdadeiro motivo dos constantes problemas na interrupção do fornecimento de água, a presidente da companhia Iacira Azamor não compareceu, deixando a população revoltada.
O assunto também ganhou repercussão no plenário da Assembleia Legislativa, quando deputados utilizaram a tribuna da Casa para cobrar um posicionamento urgente da Caerd sobre o mesmo assunto. Além do segundo maior município de Rondônia, a cidade de Rolim de Moura, na Zona da Mata do Estado, também enfrenta problema bem parecido da região. Moradores do bairro Boa Esperança e Planalto enfrentaram problema de falta de água no último sábado.
Bairros da zona Sul de Porto Velho tiveram o fornecimento suspenso há 40 dias. A Caerd perdeu uma boa oportunidade de mostrar à população as ações em andamento para reduzir o impacto provocado em decorrência da falta de água.
Porto Velho ainda ocupa lugar de destaque no ranking nacional, conforme mostrou o Instituto Trata Brasil, na condição da cidade que mais sofre com a falta de saneamento básico e água tratada. A cidade ocupa a 98ª posição em um levantamento com as 100 maiores cidades do Brasil sobre a coleta de esgoto. O estudo revela que apenas 2,7% da população conta com rede de esgoto atualmente.
Para complicar ainda mais esse cenário, o Tribunal de Contas da União (TCU) identificou – pela segunda vez – indícios de irregularidades na obra de esgotamento sanitário e um subpreço de mais de R$ 200 milhões. Em decorrência dessa gravidade, será preciso fazer ajustes e o esgotamento sanitário deve sair do papel somente em 2017.
A Caerd também enfrentou este ano problemas internos. Uma operação, batizada de Kairós, investiga suspeita de desvio de mais de R$ 8 milhões. Se comprovada essa irregularidade, o dinheiro seria suficiente para suprir a deficiência com o fornecimento de água tratada em bairros de Rolim de Moura, Ji-Paraná e Porto Velho.
É importante estabelecer um canal de comunicação entre a Caerd e os consumidores. A sociedade tem como importante aliado o Código de Defesa do Consumidor (CDC), mas a população precisa cobrar e procurar seus direitos quando não existem explicações satisfatórias.
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