A guerra entre o Exército e traficantes ganha esta semana mais um capítulo no Rio de Janeiro (RJ). O Governo Federal autorizou ontem por mais 180 dias a presença da Força Nacional de Segurança Pública. O Rio passa por intervenção federal na área de segurança pública desde fevereiro e durante esse período mais de 80 pessoas foram mortas.
A situação na cidade maravilhosa ficou mais crítica com a morte de três militares do Exército durante confronto com traficantes. Na realidade, o País enfrenta uma verdadeira guerra dentro do território nacional na disputa pelo controle do tráfico de drogas. A vítima, geralmente, é a sociedade que vive um clima de verdadeira insegurança.
Enquanto o Exército se esforça para mostrar o poder de controle do Estado no Rio de Janeiro, as fronteiras seguem desprotegidas e os traficantes aproveitam a ocupação das forças armadas na capital carioca para transportar armamento e drogas através das fronteiras da Bolívia com Rondônia e Acre.
Em recente editorial, o Diário já havia alertado que o Exército não está preparado para combater o tráfico de drogas e a morte de militares mostra que o Estado está perdendo a força no combate ao traficantes.
Não se sabe até quando o Exército permanecerá no Rio de Janeiro. A única certeza é que a disputa está causando várias mortes e alguém precisa ser responsabilizado por essas mortes. A presença dos militares não resolveu o problema de insegurança. Pelo contrário, a medida está causando grande preocupação ao setor de segurança.
O Governo Federal, aos poucos, está perdendo a luta contra os traficantes, que estão bem municiados e com armamento semelhante ao do Exército. Essa batalha parece não tem fim.
É necessário ter um plano importante de segurança para combater o tráfico de drogas. A reclamação do Exército é que o governo do Rio de Janeiro não deu a devida importância ao trabalho realizado pelo Exército nos últimos dias. Especialistas em segurança pública disseram que os dois setores de segurança precisam traçar plano em conjunto. Policiais do Rio Janeiro sabem como funciona o mercado de droga e tem informações importantes que devem ser repassadas ao Exército.
Há quem lucre com o tráfico de droga nos morros do Rio de Janeiro e a presença dos militares na região compromete o negócio de alguns moradores que apoiam os traficantes. O trabalho para combater o tráfico no Rio de Janeiro não é responsabilidade somente do Exército e precisa ser compartilhado com todos os setores de segurança e a sociedade.
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