23 de agosto de 2018

Violência no campo cresce em Rondônia

A morte do caseiro Alonso Costa Coutinho, 45 anos, que foi encontrado assassinado no final da tarde da última terça-feira (21), em uma residência localizada no km 23 da Linha 27, Ramal das Garças, região de Porto Velho, mostra que a zona rural deixou de ser um local de tranquilidade e ideal para passar o final de semana com a família. 
Neste primeiro semestre, segundo apurou este Diário, a violência no campo voltou a assustar a população de Rondônia na zona rural. Os últimos índices de violência apontam que a marginalidade está migrando para o campo e famílias estão se tornando alvo importante dos ladrões. 
Na semana passada, uma família foi surpreendida no interior do Estado por bandidos no momento em que jantavam. Houve reação à tentativa de assalto e os bandidos acabaram fugindo. Um morador acabou sendo atingido por disparo de arma de fogo. Recentemente outra família na região de Ji-Paraná, passou momentos de terror nas mãos de bandidos. Eles ameaçavam a todo o momento os reféns e roubaram caminhonetes que estava na propriedade rural. 
Somente este ano, conforme apurou o Diário, foram registradas 88 ocorrências de violência, 11 assaltos e 53 prisões. De acordo com setor de estatísticas da Polícia Civil, no ano passado foram 189 ocorrências, sendo 23 assaltos e 121 prisões. Os números mostram que Rondônia está se aproximando de bater mais um recorde de violência no campo, acendendo a luz vermelha do setor de inteligência da Polícia Civil. 
Rondônia tem uma malha viária de estradas estaduais imensa, o que torna bem complicado um trabalho efetivo preventivo de segurança. Porto Velho, por exemplo, conta com uma extensão geográfica de mais de 300 quilômetros. Tem distrito com mais de 250 quilômetros distante da capital rondoniense.  Por outro lado, a Polícia Militar conta com um efetivo reduzido. 
Essa sensação de insegurança produzida pela migração da violência, obriga os moradores da zona rural a investirem em sistema de segurança dos imóveis. O Estado tem o dever de garantir a segurança, mas a ausência de ações preventivas por parte do governo obriga a população a investir na própria proteção.
A polícia também é vítima da criminalidade que avança na zona rural e assusta a população. No mês passado, um policial militar foi morto durante confronto com líderes de movimento sem-terra, no município de Nova Mamoré, região do Vale do Guaporé. A área entrou para o mapa de conflitos agrários e os moradores estão sendo vítimas de ameaças de invasões de terra. É percebível a ausência de um plano de ação efetivo por parte do governo para barrar a violência. Vai chegar um momento em que a própria população fará justiça com as próprias mãos. 

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