O trabalho de dragagem no rio Madeira, coordenado pela Diretoria de Infraestrutura Aquaviária (DAQ) do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), foi iniciado no mês de junho deste ano na região da Ilha do Tamanduá (RO) próximo à curva do Belmont. O trecho entre Porto Velho e Calama (RO) e Marmelos (AM) já foi executado. Esse trecho é considerado o mais perigoso na época de seca do rio Madeira.
De acordo com o coordenador de Obras Hidroviárias do Dnit, André Cardoso, atualmente os trabalhos de dragagem estão sendo realizados na região de Curicacas, desde o dia 19 de julho. “A previsão é de que estejam concluídos até a primeira semana de setembro. O provável passo seguinte a ser executado é na região de Cujubim”, informou.
Nos últimos dias o nível do rio Madeira teve uma leve subida. Para o coordenador André Cardoso, a pequena elevação do nível do rio pode favorecer ou atrapalhar as atividades de dragagem. “Do ponto de vista da dinâmica do fundo do rio, o aumento de vazão que provoca essa elevação aumenta a energia do rio, podendo tanto favorecer o trabalho com o fenômeno da “autodragagem”, quando o rio remove parte dos sedimentos na região dragada, quanto atrapalhar por conta de uma intensificação do assoreamento”, disse.
O Dnit está monitorando a situação e confirmou que há registros de um aumento do assoreamento, o que pode retardar o avanço da dragagem. Segundo o coordenador da obra, a previsão é de que o rio volte a baixar, pois se trata de uma subida isolada, normal para essa época do ano. “Os trabalhos vão continuar normalmente até o final de outubro, quando se inicia a subida do rio para a estação de cheia”, disse.
De acordo com a Defesa Civil de Porto Velho, o nível do rio Madeira registrou na terça-feira 4,31 metros. Na segunda-feira, o nível estava em 3,63 metros. Segundo o gerente de Operações da Defesa Civil municipal, Rogério Félix, a leve elevação do nível do rio Madeira pode favorecer a navegação local.
“Com o nível do rio Madeira acima dos 5 metros, a navegação noturna pode ser liberada. Abaixo dos 4 metros, a navegação só poderá ocorrer durante o dia. A navegação pode ser perigosa abaixo dos 3,60 metros, no baixo nível”, informou.
O que causou a subida do nível do rio Madeira, de acordo com Rogério Félix, da Defesa Civil, foi a quantidade de chuva causada na cabeceira do rio Beni, na Bolívia. Esse alívio, com aumento do nível nessa época, é viável para melhoria das condições de navegabilidade, porém não é permanente e o rio logo voltará a baixar. Na região, esse fenômeno é conhecido como “repique” do rio Madeira.
“O nível do rio Madeira ainda baixará, pois estamos no verão amazônico. A previsão é de que essa baixa do nível do Madeira continue até o mês de outubro”, explicou. A Defesa Civil ainda informou que o nível do Madeira vai subir 2 metros em decorrência do fenômeno “repique”, nos próximos 14 dias. (SARA CÍCERA - DIÁRIO DA AMAZÔNIA)
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