Os municípios do Norte e Nordeste ainda estão bem longe de atingir bons índices de melhoria na política de saneamento básico. Ontem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgou o mais recente estudo sobre o tema. Segundo o instituto, entre os 5.570 municípios brasileiros, 2.126 têm política de saneamento básico, mesmo que não seja regulamentada por instrumento legal, o que equivale a 38,2% do total.
A política de saneamento básico é o primeiro passo para melhorar o índice dessas regiões, caso contrário, as consequências para o início do ano serão avassaladoras. O leitor não pode esquecer que neste ano, os casos de febre amarela deixaram em alerta o Ministério da Saúde. Na região Norte, o Amazonas registrou mais de mil casos da doença, seguido por Roraima. De lá, a doença se espalhou para outras cidades, inclusive Rondônia, onde foi analisado e registrado o primeiro caso este ano.
Dentro de alguns dias, essas regiões serão castigadas pelas fortes chuvas, trazendo com o tempo várias doenças, entre elas, a febre amarela, zika e chikungunya. No ano passado, a maior proporção de municípios que declararam ter sofrido endemias ou epidemias de dengue, zika e chikungunya, nos últimos 12 meses anteriores à data da entrevista do IBGE, foi maior nas Regiões Nordeste e Norte, com destaque para a Região Nordeste, onde 29,6% dos municípios informaram a ocorrência de endemias ou epidemias de zika, e 37,3%, de chikungunya.
A febre amarela, por sua vez, foi mais mencionada nos municípios do Sudeste (5,1%) e Norte (4,7%). A falta de uma política de saneamento básico traz prejuízos aos cofres públicos. O tema foi abordado ontem pelo Diário neste espaço. Porto Velho, capital de Rondônia, deixou de receber mais de R$ 500 milhões para melhoria do sistema de saneamento básico da capital por falta de interesse do Estado.
A oferta irregular de água, segundo constatou pesquisa do IBGE, resulta em que as pessoas tenham que estocá-la em reservatórios, os quais, muitas vezes, servem de local de reprodução dos mosquitos. O acúmulo de lixo nos domicílios e nas ruas, decorrente da coleta irregular, favorece, por sua vez, o acúmulo das águas das chuvas, sendo outro fator de risco
Talvez nesse momento a classe política não esteja preocupada em investir por se tratar de um investimento elevado aos cofres públicos e com pouca projeção política. O problema é quando surge uma epidemia ou endemia, outros setores do governo são diretamente afetados com o remanejamento de recursos da educação e segurança para atender casos mais complicados na área da saúde.
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