Tendo como mesma fonte de
recursos das obras de água, o Programa de Aceleração do
Crescimento – PAC, do Governo Federal e o Governo Estadual, foram
assinados três contratos para as obras de esgoto, sendo um deles
financiamento, que totalizava
R$
541.407.178,62,
destinados à execução das obras de
coleta e tratamento de esgoto do Porto Velho,
dos quais R$ 399.367.509,19 eram
provenientes
da União (73,76%) e R$ 142.039.669,43, do Estado (26,24%).
Esses
recursos seriam suficientes e necessários para atender a mais de 90%
da população urbana de Porto Velho, contemplando
a execução de mais de 894 Km de redes coletoras de esgoto, 84 Km de
coletores troncos, linhas de recalque e emissários (tubulações de
grandes diâmetros para transporte do efluente de esgoto), duas
estações de tratamento de esgoto (norte
e sul), e 25 estações elevatórias.
Precedendo
ao lançamento da licitação, em cumprimento as exigências legais,
a
gestão do ex-governador
Ivo Cassol
realizou, em 25 de
novembro de 2008,
audiência pública para divulgação e publicidade da concepção do
sistema de esgotamento sanitário, estabelecido pelos projetos
técnicos desenvolvidos. Por tratar-se de uma obra de mais de meio
bilhão de reais, adotou-se o procedimento de pré-qualificação,
para o certame licitatório.
Tanto
as denúncias
à época como ocorrências
com o TCU foram semelhantes às
obras da rede de distribuição de água. No
caso do projeto de abastecimento de água a equipe do governador e o
próprio
Cassol tiveram a oportunidade de efetivar as devidas defesas e
esclarecimentos junto
ao TCU, mas
no
projeto de esgoto o ex-governador
de
Confúcio Moura
achou por bem aceitar as orientações impostas pelo TCU, omitindo-se
de fazer as defesas do que havia sido executado pelo governo
anterior, o que ocasionou o cancelamento
do
contrato unilateralmente, paralisando totalmente as obras. E pior,
que de
todos
os cenários possíveis, até a presente data nada realizou vindo com
essa atitude perder os R$
541.407.178,62
alocados
no
Orçamento
Geral da União
para as obras.
Sobre
a questão de sobrepreço apontado de maneira incorreta, após
análise minuciosa das documentações pertinentes, verificou-se
totalmente infundadas essas informações, uma vez que os preços
previstos no contrato eram rigorosamente analisados pelos técnicos
da Caixa. Outro ponto muito polêmico que cabe esclarimentos é sobre
a indicação de que a obra foi licitada e contratada sem projeto.
Verificou-se que tal hipótese seria totalmente impossível tendo em
vista a fiscalização e gestão pela Caixa e Ministério das
Cidades, o que demonstra que se não houvesse projetos técnicos de
engenharia, fatalmente não seria autorizado e liberado recursos para
execução das obras.
O
fato de o
governador Ivo Cassol não ter permitido que a gestão das obras
fosse executada pela Caerd
deveu-se que
ao fato de que a Caerd,
por tratar-se de uma sociedade de economia
mista, administração indireta do Estado, não poderia alocar os
recursos. No
Protocolo de Cooperação Federativa firmado com o Governo Federal,
no
ano de 2007, era
impositivo a assinatura
por uma Secretaria da administração direta,
fato que culminou
com a alocação dos contratos de repasse
na Secretaria de Estado de Planejamento – Seplan,
mas foi efetiva a participação dos técnicos da Caerd
nas decisões de
ordem técnica, inclusive com um servidor do
quadro da Caerd
para
coordenar os trabalhos na Seplan.
Outra
lenda que ronda essa obra foi a de que "foram desperdiçados
mais de 180 milhões de
recursos". Na
verdade,
de
acordo com os
números levantados, o
valor
alocado para as obras de esgotamento sanitário de Porto Velho foi
efetivamente aplicado
em
mais
de
50
Km de redes coletoras,
correspondendo
a
apenas
R$
25.772.845,73. Apenas
R$
14.399.589,85 foram pagos a empresa executora, enquanto
a diferença se deve ao fato de que as obras foram paralisadas, e as
medições dos serviços executados que estavam na Caixa
não foram liberadas.
Nesse
episódio, a
gestão do governo Ivo Cassol pagou apenas R$
14.399.589,85 dos
R$
25.772.845,73 efetivamente
executados.
A
possibilidade de
sobrepreço
da ordem de R$
205
milhões na
obra de esgotamento sanitário no
governo Ivo Cassol foi
descartada com a análise documental. O
referido sobrepreço foi apontado pelo TCU na administração do
ex-governador
Confucio Moura, ou seja, todas as imputações de sobrepreço nas
referidas obras ocorreram na gestão Confucio Moura e não
na gestão Cassol.
Fica,
portanto, elucidado de que o governo Cassol e a equipe envolvida não
mediram esforços para que as obras de infraestrutura de saneamento
fossem executadas, agindo de maneira transparente com acompanhamento
do MPE e na realidade não incorrendo em todas as denúncias de
caráter político imputadas ao governo Ivo Cassol.
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