A onda de violência que atinge a periferia de Porto Velho começa a migrar com maior frequência no ambiente habitado pelos mendigos e moradores de rua da capital. Somente nos últimos nove meses, conforme apurou o Diário, nove moradores de rua foram atacados por colegas usuários de drogas de forma covarde.
A maioria dos casos, conforme análise realizada pelo Diário com base nos registros de ocorrências, tem forte conexão com o tráfico e consumo de drogas. A avenida Jorge Teixeira, região central de Porto Velho, se transformou em uma verdadeira cracolândia. A maioria dos casos de violência contra os moradores de rua foi registrada nas proximidades da rodoviária de Porto Velho.
Mas o problema não reside somente na Jorge Teixeira. No dia 25 do mês passado, Sérgio Atos, de 31 anos, conhecido com Serginho, foi morto com um golpe de faca, na avenida Brasília, em frente ao mercado do KM 1. Outro caso mais recente foi no antigo terminal de Integração da capital. Francisco Feitosa, o França, foi assassinado a facada na rua Rogério Weber com João Alfredo. A vítima era cabeleireiro, se envolveu com drogas e começou a morar na rua.
Essa semana, em plena luz do dia, um morador de rua foi atacado na avenida Sete de Setembro com Jorge Teixeira. Os enfermeiros do Samu encontraram dificuldade para chegar até o local onde estava o morador de rua. Ele foi espancado por colegas e estava com a cabeça ferida. Ainda há outros casos que acontecem, mas que não entram nas estatísticas da Polícia Civil.
Os registros de violência envolvendo moradores de rua não têm hora para acontecer. A avenida Jorge Teixeira, região central de Porto Velho, se tornou o maior ponto de concentração de mendigos e usuários de drogas. Agora, eles passaram a dividir o espaço com artistas circenses nos cruzamentos de uma das principais avenidas de Porto Velho.
Uma entidade religiosa costuma oferecer todos os domingos uma sopa para esses moradores. Antes da refeição, uma longa fila se forma nos cruzamentos das avenidas Jorge Teixeira com Carlos Gomes. São jovens e pessoas de idade avançada que disputam o alimento dominical. Muitos deles já admitiram ser usuários de drogas e pedem dinheiro para sustentar o vício.
O que se percebe é o crescimento dessa população de rua e a ausência de um plano de ação do poder público para enfrentar o problema. Enquanto isso, as igrejas assumem um papel importante no socorro momentâneo para esses moradores, mas que dificilmente amenizará esse cenário. É como se estivesse alimentado um problema social longe de ser solucionado.
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