26 de setembro de 2018

Acesso à banda larga dobra, e os problemas também

O número de acessos de banda larga via satélite registrado em julho foi o dobro do mesmo período do ano passado. De acordo com dados divulgados ontem (25) pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em julho foram registrados 161.467 acessos de banda larga via satélite, o dobro em comparação a julho do ano passado, um aumento de 100,52%.
Ocorre que a região Norte ainda é carente de internet de banda larga. O uso de satélites para oferta de internet geralmente é direcionado para moradores de regiões interioranas e remotas. A solução é complementar e na maioria das vezes utilizada em locais sem infraestrutura de cabo nem fibra ótica.
Atualmente, estão em operação no Brasil mais de 50 satélites, entre brasileiros e estrangeiros. De acordo com estudo, com a chegada de novos satélites explorando a banda Ka, que oferece mais velocidade de acesso, a capacidade dedicada à oferta de banda larga via satélite no Brasil vai aumentar consideravelmente até 2021.
Algumas empresas costumam vender pacotes de internet de alta velocidade, mas essa tecnologia ainda não está disponível em determinadas regiões. Ocorre que o consumidor já vem sendo lesado durante um bom tempo. Muitos continuam pagando por um serviço que não está recebendo. Nos Estados da região Norte, o serviço de Internet ainda é um dos piores do Brasil. O consumidor adquire uma internet modelo 4G, mas o serviço ofertado é outro totalmente diferente do que está no pacote promocional. 
As insatisfações contra as operadoras de internet continuam no topo de reclamações dos Programas de Defesa do Consumidor. Resta saber se as ferramentas disponíveis para aferir o consumo da velocidade da internet estarão de fato transmitindo as informações de forma correta. Outra dúvida é quem vai fiscalizar se de fato as informações geradas por essas empresas são confiáveis. 
Hoje os contratos das operadoras ofertados no Brasil permitem que seja estabelecida uma franquia de dados, mas, por estratégias de mercado, a maioria não impõe esses limites. A franquia de consumo de internet já é adotada por empresas que oferecem banda larga móvel. Nesse caso, algumas reduzem a velocidade depois que o limite é ultrapassado, outras cortam o acesso à internet, dando ao consumidor a opção de contratar um pacote de dados maior. E a tendência é sempre aumentar num buraco negro que parece nunca ter fim. O problema já sobrecarrega o Poder Judiciário.

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