A população de Rondônia deveria comemorar o anúncio do desconto de 18% na bandeira tarifária vermelha, conforme ficou deliberado na reunião de ontem realizada na sede da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Deveria. Ocorre que o Estado é produtor de energia elétrica, através de dois grandes empreendimentos hidrelétricos e, mesmo com anúncio ainda paga a energia mais cara do Brasil.
Na realidade, a Aneel deveria devolver o dinheiro que foi pago a mais pelo contribuinte nos últimos três meses quando entrou em vigor as novas medidas econômicas no setor energético. O valor arrecadado com as novas tarifas é guardado em segredo de Justiça e só deve ser revelado à imprensa com o fechamento do balanço do ano.
O “desconto” de 18% a menos no consumo de energia vai representar, até o fim do ano, algo próximo de R$ 1,7 bilhão na arrecadação das empresas de distribuição. Essa estimativa foi feita pela própria agência reguladora de energia.
Rondônia é um Estado promissor no campo energético e tem energia suficiente para abastecer boa parte do sul do Brasil. É possível o leitor lembrar da batalha travada com o Governo Federal no processo de transmissão de energia na década passada. Se discutia, na época, a implantação do sistema de transmissão de energia em corrente contínua e alternada.
Representantes da indústria defendiam que a corrente deveria ser alternada, ou seja, parte da energia produzida pelas usinas de Santo Antônio e Jirau deveria ficar em Rondônia. O clamor de setores da sociedade civil venceu e hoje Rondônia está interligada ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Só esqueceram de colocar na pauta o valor diferenciado na tarifa de luz às regiões produtoras.
Dentro de alguns dias, com o desligamento das usinas termoelétricas, o Estado deixará de arrecadar com a venda de óleo diesel e terá um impacto de 7%. Essa preocupação foi manifestada ontem em Porto Velho pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero), Marcelo Thomé. Não se sabe de onde virá o socorro para cobrir esse percentual.
Nenhum comentário:
Postar um comentário